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Tsipras anuncia reforma da educação na Grécia com escolaridade obrigatória de 14 anos

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou hoje um conjunto de amplas reformas no sistema educativo, que incluem o aumento de nove para 14 anos da escolaridade obrigatória.  

Reuters
09 de Maio de 2017 às 20:09
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"Nenhuma criança, a partir da idade dos quatro anos, deve ficar excluída do sistema educativo, mesmo que viva na aldeia mais isolada do país", sublinhou Tsipras em conferência de imprensa após uma deslocação ao Ministério da Educação, acrescentando que "a educação de qualidade é em simultâneo um acto de progresso e de justiça social". 

 

Em simultâneo, anunciou que a partir do próximo ano escolar todos os alunos da educação pré-escolar e primária poderão permanecer nas respetivas escolas até às quatro da tarde, para facilitar a gestão familiar. Até este ano, a medida aplicava-se a dois terços das escolas primárias.

 

Tsipras também anunciou o reinício do funcionamento das bibliotecas escolares em 1.000 escolas num prazo de dois anos.

 

As bibliotecas escolares nas escolas públicas foram encerradas em 2011 para reduzir as despesas com a educação, no âmbito do primeiro programa de resgate então negociado entre Atenas e os credores internacionais.

 

Outra medida anunciada por Tsipras, que não foi pormenorizada, consiste na reforma dos dois últimos anos do ensino secundário, e cujo objectivo consiste na eliminação dos exames de admissão à universidade.

 

O primeiro-ministro grego - que dirige um Governo de coligação entre a formação de esquerda Syriza e a direita soberanista dos Gregos Independentes (Anel) -, susteve que o actual sistema de admissão à universidade é "inumano", não apenas pela pressão que exerce sobre os alunos mas ainda pelo elevado custo económico.

 

As despesas dos cursos de preparação para o exame de admissão à universidade - 16 horas por semana -, que decorrem em escolas privadas após o fim do programa escolar oficial, oscilam entre os 3.000 e os 3.500 euros, que para além do importante peso financeiro para as famílias constitui uma fonte de enorme tensão para os adolescentes.

 

Outro objectivo das reformas anunciadas consiste na redução do número máximo de alunos por turma, dos actuais 33 para 22 estudantes, sendo anunciada a contratação para o ano lectivo 2017/1018 de mais 10.500 professores.

 

O primeiro-ministro insistiu que a educação na Grécia, mesmo antes do início da crise, está sujeita a uma "pressão coordenada" para a transformar de um bem público num produto comercial, ao qual apenas deveriam ser acesso os que pudessem pagar.

 

A visita de Tsipras ao Ministério do Educação foi a primeira de uma ronda por todos os ministérios, anunciada na semana passada, com o objectivo de avaliar o trabalho desempenhado pelos respectivos departamentos. 

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