A fuga de depósitos nos bancos gregos continuou em Março, mas abrandou face aos meses anteriores. A corrida aos bancos fez com que fossem retirados três mil milhões de euros durante este período, segundo avança a agência Bloomberg esta terça-feira, 31 de Março.

Nos últimos quatro meses voaram cerca de 28 mil milhões de euros dos bancos gregos, com os depósitos a caírem para um total de 137 mil milhões de euros, o valor mais baixo em mais de 10 anos, desde Fevereiro de 2005.

Apesar de a fuga de depósitos de famílias e empresas continuar, os três mil milhões registados em Março afastam-se dos 7,6 mil milhões de Fevereiro e dos 12 mil milhões de Janeiro.

Os bancos gregos estão assim a viver uma situação de baixa liquidez. Actualmente, as instituições helénicas mantêm-se à tona com a ajuda da Assistência de Liquidez de Emergência (ELA, na sigla em inglês).  

O Banco Central Europeu (BCE) aumentou o valor desta linha em mil milhões de euros para os 71 mil milhões de euros na semana passada e a autoridade monetária volta a reunir-se na quarta-feira para rever a linha de financiamento.

Os analistas consideram que este valor é insuficiente para os bancos gregos e que o objectivo do BCE é manter a pressão sobre o Governo de Alexis Tsipras. "Estão a manter a Grécia em rédea curta", disse à Bloomberg Michala Marcussen economista-chefe da Société Générale. "A intenção é manter a Grécia sob pressão e manter as coisas a andar durante as negociações".

A Grécia continua sob pressão para chegar a acordo com os parceiros europeus. Com os cofres a ficarem vazios, Atenas precisa de obter luz verde do Eurogrupo para obter financiamento.

As conversações técnicas entre as duas partes tiveram início na sexta-feira e terminaram hoje, mas sem acordo. A Comissão Europeia qualificou hoje as negociações como "construtivas", mas que é necessário os dois lados voltarem a sentar-se à mesa de negociações. Assim, as conversações vão ser retomadas na próxima segunda-feira, segundo avançaram fontes do Governo grego à agência Reuters.