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Cofres quase vazios levam Fitch a cortar rating da Grécia em dois níveis

Apesar dos riscos de incumprimento no pagamento da dívida que a Grécia corre, a Fitch espera um desfecho positivo da actual situação. Ao mesmo tempo, sublinha que o Eurogrupo vai querer que Atenas implemente algumas das reformas, antes de desembolsar qualquer dinheiro.

27 de Março de 2015 às 23:02
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A "pressão extrema sobre o financiamento" do governo grego levou a Fitch a cortar o rating da Grécia. A agência de notação financeira cortou em dois níveis o rating helénico de 'B' para 'CCC'. A decisão foi anunciada esta sexta-feira, 27 de Março.

 

"Falta de acesso aos mercados, perspectivas incertas de desembolsos de instituições oficiais e condições apertadas de liquidez no sector bancário doméstico", foram os três principais pontos principais a provocarem esta descida.

 

Apesar dos riscos de incumprimento que a Grécia corre, a Fitch espera um desfecho positivo da actual situação. "Esperamos que o Governo sobreviva ao actual apertão de liquidez sem incorrer em atrasos no pagamento de dívida, mas o aumento de riscos levaram-nos a descer os ratings".

 

"Os danos para a confiança de investidores, consumidores e depositantes quase de certeza que prejudicaram a incipiente recuperação económica", alerta a Fitch.

 

"Os danos vão levar tempo a reparar, mesmo se as perspectivas de uma conclusão com sucesso do programa melhorarem nos próximos dias ou semanas", aponta.

 

A Fitch voltou a rever em baixa o crescimento para a Grécia para este ano: dos 2,5% estimados em Dezembro, para os 1,5% em Janeiro e para os 0,5% previstos agora, podendo ser novamente revistos.

 

"As condições de liquidez que as empresas enfrentam pioraram substancialmente, na nossa opinião, devido ao aumento dos atrasos de pagamentos por parte do Governo a fornecedores e a constrangimentos no financiamento bancário", escreve a agência de notação financeira.

 

Foi hoje que a Grécia enviou para Bruxelas a sua lista de reformas, para ser apreciada pelos parceiros europeus. Ao debruçar-se sobre este tema, a Fitch aponta que se as reformas forem aprovadas o desembolso só terá lugar em meados de Abril.

 

E explica porquê. "Provavelmente o Eurogrupo vai querer que o governo grego demonstre que implementou parte desta lista antes dos fundos serem desembolsados".

 

A Grécia tem de pagar 450 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em Abril, mais 750 milhões em Maio e outros 1,5 mil milhões em Junho.

 

Em relação a reembolsos de dívida de curto prazo, Atenas vai ter de pagar quatro mil milhões em Julho e 3,2 mil milhões em Agosto. "Esperamos que o Governo continue a atrasar o pagamento a fornecedores para aumentar as suas receitas e dar lugar ao serviço de dívida".

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