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Capital Economics: PIB da Zona Euro deve cair 25% durante os "lockdowns"

A Capital Economics estima que o Produto Interno Bruto diminua 25% no bloco do euro durante a imposição dos períodos de quarentena.

Reuters
02 de Abril de 2020 às 19:28
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"A imposição de um estrito isolamento social em toda a Europa significa que a atividade económica na Zona Euro deverá contrair-se ainda mais do que esperávamos há duas semanas. Durante o período de ‘lockdown’, a atividade económica deverá ficar 25% abaixo dos níveis normais", diz a consultora Capital Economics.

 

Em meados de março, a consultora de análise económica estimava que o PIB na Zona Euro cairia entre 10% a 15% no segundo trimestre e que, apesar de uma forte retoma posterior, registaria uma queda anual de 6%. Mas essas projeções foram feitas com base em cálculos setoriais que se supunha serem os mais afetados, como o turismo, transportes e lazer. Contudo, desde então os períodos de quarentena e confinamento ampliaram-se e as medidas tornaram-se mais rigorosas.

 

A abrangência e duração dos "lockdowns" irá variar entre países e dependerá, em última análise, da própria evolução do vírus. A Capital Economics está a assumir como cenário central que haverá uma estrita quarentena durante dois meses – um período mais longo do que na província chinesa de Hubei (onde, na cidade de Wuhan, se detetou pela primeira vez o novo coronavírus), onde durou cerca de seis semanas. A diferença, refere a consultora, é que as medidas na Europa foram menos rigorosas e só foram implementadas quando o número de casos confirmados de infeção já era mais elevado.

 

Quando os "lockdowns" terminarem, deverá observar-se uma retoma imediata, mas a rapidez com que as coisas regressarão ao normal dependerá de algumas incógnitas, como o facto de o levantamento de restrições ser total ou parcial e a velocidade com que o comportamento de consumo das famílias regressa à normalidade.

 

"No nosso cenário de dois meses de ‘lockdown’, o PIB regressará ao seu nível anterior à crise no segundo trimestre de 2021", sublinha a Capital Economics.

 

"Com base nestes pressupostos, uma quarentena de dois meses levará a que o PIB caia em torno de 9% este ano, a maior descida desde a Segunda Guerra Mundial", estima agora a consultora. Mas, para isso acontecer, é preciso que o PIB registe um crescimento robusto na segunda metade do ano.

 

A Capital Economics não alterou as suas projeções para a inflação, com a "headline" (inflação global) a ficar negativa este ano e a recuperar em 2021 e a "core" (inflação de base - que retira à inflação global o efeito da variação dos preços da energia e dos alimentos, mais voláteis e sujeitos a choques independentes da dinâmica da economia) a ficar abaixo de 1%.

 

Contudo, as previsões para o desemprego agravaram-se. A consultora estima que a taxa de desemprego na Zona Euro atinja um pico de 15% dentro de poucos meses (o dobro do nível atual), caindo depois para cerca de 10% no final do ano.

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