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Alemanha: Excedente foi o dobro do previsto, metade vai para acolhimento de refugiados

O governo federal encerrou as contas de 2015 com 12,1 mil milhões de euros de excedente. Metade deste valor financiará programas de acolhimento e integração, em vez de abater integralmente ao stock de dívida pública.

Reuters
13 de Janeiro de 2016 às 18:05
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A maior economia europeia terá fechado as contas de 2015 com um excedente orçamental de 12,1 mil milhões de euros, aproximadamente o dobro do previsto no Orçamento federal, devido ao facto de a receita fiscal e a resultante da venda de licenças de telecomunicações ter ficado acima do esperado. Dado o enorme afluxo de migrantes, em vez de o excedente ser integralmente canalisado para abater à dívida pública, metade será aplicado no reforço do financiamento dos programas de acolhimento de refugiados. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 13 de Janeiro, pelo ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble.

"Precisamos urgentemente de usar esta reserva para financiar despesa adicional com o acolhimento e a integração dos refugiados", disse Schäuble, citado pela Reuters. Não obstante a pressão financeira decorrente da recepção de mais de um milhão de refugiados ao longo do último ano, o ministro acredita que as contas públicas possam, pelo terceiro ano consecutivo, voltar a ser fechadas em 2016 em equilíbrio ou com um ligeiro excedente orçamental. O instituto económico DIW espera, no entanto, que os gastos do Estado com os refugiados suba para 15 mil milhões de euros em 2016 e para 17 mil milhões no ano seguinte.

Empresas de construção civil tenderão a ser as principais beneficiárias do aumento dos gastos públicos, dada a falta de habitações para acolher as centenas de candidatos ao estatuto de refugiado que continuam a chegar à Alemanha. A HDB, a associação do sector, prevê que cerca de 290 mil novos apartamentos sejam construídos em 2016, mas teme que este número não seja suficiente para satisfazer o crescimento da procura. "Nas áreas metropolitanas, habitação a preços acessíveis é escassa", disse o seu presidente, Thomas Bauer. Citado pela Reuters, Bauer diz que seria necessário construir mais de 400 mil novas casas.

"Estou preocupado que o governo, preso no 'modus' crise devido à questão dos refugiados, feche os olhos a outros desafios", afirmou, por seu turno, Ulrich Grillo o presidente da BDI, a maior associação industrial alemã, acrescentando que Berlim não deve negligenciar os investimentos em infra-estruturas. A BDI espera que a economia alemã cresça quase 2% em 2016, mas alerta para incertezas e riscos geopolíticos, designadamente para a reversão dos preços baixos do petróleo. Os dados sobre a evolução do PIB alemão em 2015 serão divulgados nesta quinta-feira. Os economistas consultados pela Reuters antecipam que a maior economia europeia tenha crescido 1,6% no ano passado.
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