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UE escolhe chefe polaco contra vontade da Polónia

Os líderes europeus reúnem-se quinta e sexta-feira em Bruxelas, numa cimeira que deveria ser consagrada à avaliação da situação económica e à discussão do futuro da UE. O mandato de Tusk termina em 31 de Maio, o que torna possível um adiamento da decisão.

Bloomberg
09 de Março de 2017 às 08:00
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Numa situação inédita que poderá agravar as relações já tensas entre Bruxelas e Varsóvia,  Donald Tusk, antigo primeiro-ministro da Polónia, deverá ser reeleito por mais dois anos e meio  presidente do Conselho Europeu, o órgão político máximo da União Europeia (UE), à revelia do governo do seu próprio país que pôs na corrida ao cargo o eurodeputado Jacek Saryusz-Wolski, velho rival de Tusk, que é acusado de ser "o candidato da Alemanha" e de interferir abusivamente na política interna do país.

A decisão está nas mãos dos líderes europeus, que se reúnem hoje e amanhã em Bruxelas, numa cimeira que deveria ser consagrada à avaliação da situação económica  e à discussão do futuro da UE.

O mandato de Tusk termina em 31 de Maio, o que torna possível um adiamento da decisão. Mas diplomatas de diversos países contactados pela agência AP davam a reeleição de Tusk como praticamente garantida, mesmo após a carta feroz  dirigida ontem aos seus homólogos pela primeira-ministra polaca. Nela, Beata Szydlo acusa o ex-primeiro-ministro liberal de ter "violado brutalmente" a regra da "neutralidade política" necessária ao seu posto e de "envolvimento pessoal" num conflito político no seu país. Beata Szydlo não precisa, mas estará a referir-se  a um discurso pronunciado em 17 de Dezembro em Wroclaw, onde Tusk apelou ao poder na Polónia para respeitar "a população, os princípios e os valores constitucionais".

O seu discurso ocorreu um dia após incidentes em Varsóvia, quando manifestantes impediram Beata Szydlo e Jaroslaw Kaczynski, líder do PiS, partido conservador nacionalista, no poder, de saírem do parlamento, enquanto deputados da oposição protestavam contra a aprovação controversa  do Orçamento. 

Várias velocidades, mas não no euro

Numa altura em que Londres se prepara para entregar o pedido formal de divórcio (prometeu fazê-lo até ao fim deste mês) e na sequência das cinco opções propostas pela Comissão Europeia, o segundo dia da cimeira será dedicado ao futuro da UE e foi ontem tema de discussão na Assembleia da República. "A geometria variável pode ser um mal menor, mas é sempre um perigo porque tem um efeito potencialmente dissolvente", afirmou António Costa. "Prefiro que haja uma porta pela qual possamos avançar todos. Não podendo todos, devem poder avançar os que querem".

O primeiro-ministro recusou, porém, o cenário de várias velocidades no seio da Zona Euro, que disse deve ser o quanto antes aprofundada, desde logo com um orçamento próprio para ajudar a responder a choques que possam afectar conjunturalmente algum dos seus países.

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