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Tusk reeleito presidente da UE com voto contra do seu país

Situação inédita pode agravar tensão entre Bruxelas e Varsóvia. Tusk promete dar o seu melhor neste segundo mandato.

09 de Março de 2017 às 16:25
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Numa situação inédita que poderá agravar as relações já tensas entre Bruxelas e Varsóvia,  Donald Tusk, antigo primeiro-ministro da Polónia foi nesta quinta-feira, 9 de Março, reeleito por mais dois anos e meio presidente do Conselho Europeu, o órgão político máximo da União Europeia (UE), à revelia do governo do seu próprio país, que lhe deu o único voto contra.

Após a decisão, Tusk agradeceu a "confiança" e a "avaliação positiva" dos seus pares, e prometeu dar o seu melhor para fazer a União Europeia melhor. Neste segundo mandato, em que se negociará o Brexit e o rumo político e futuro enquadramento jurídico da UE, Tusk dificilmente terá uma vida mais fácil do que no primeiro, marcado pela quase saída da Grécia do euro e pelo referendo britânico à saída da União Europeia.

O governo polaco havia posto na corrida ao cargo o eurodeputado Jacek Saryusz-Wolski, velho rival de Tusk, este que é acusado de ser "o candidato da Alemanha" e de interferir abusivamente na política interna do país.

A reeleição de Tusk era dada como praticamente garantida, mesmo após a carta feroz  dirigida ontem aos seus homólogos pela primeira-ministra polaca. Nela, Beata Szydlo acusa o ex-primeiro-ministro liberal de ter "violado brutalmente" a regra da "neutralidade política" necessária ao seu posto e de "envolvimento pessoal" num conflito político no seu país. Beata Szydlo não precisa, mas estará a referir-se  a um discurso pronunciado em 17 de Dezembro em Wroclaw, onde Tusk apelou ao poder na Polónia para respeitar "a população, os princípios e os valores constitucionais". 

O seu discurso ocorreu um dia após incidentes em Varsóvia, quando manifestantes impediram Beata Szydlo e Jaroslaw Kaczynski, líder do PiS, partido conservador nacionalista, no poder, de saírem do parlamento, enquanto deputados da oposição protestavam contra a aprovação controversa  do Orçamento.

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