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Theresa May aceita que Parlamento se pronuncie sobre roteiro do Brexit

O Governo britânico recua e aceita que os planos de saída da União Europeia sejam escrutinados pelo Parlamento. Mas não quer que a decisão do Brexit seja posta em causa. A libra reage em alta, interrompendo quatro sessões negativas.

Reuters
12 de Outubro de 2016 às 00:31
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Depois de no início da semana o Governo de Londres ter recusado submeter os planos de saída do Reino Unido da União Europeia à apreciação dos parlamentares, o Executivo de Theresa May cedeu e decidiu agora aceitar ouvir o Parlamento.


A confirmação veio esta terça-feira do gabinete da governante, que no entanto quer ver garantido que os deputados não tentarão bloquear o processo de saída nem fragilizar a posição negocial do Governo com as instâncias da União Europeia.


A alteração de posição, noticiada pela Bloomberg, chega horas antes de a Câmara dos Comuns debater, esta quarta-feira, uma moção apresentada pelo partido Trabalhista para garantir um "debate completo e transparente" do plano de saída da UE antes de ser desencadeado o pedido formal de desvinculação.

De acordo com a mesma agência noticiosa, a aceitação de May poderá trazer alguma acalmia aos mercados, nomeadamente à libra que experimentou depreciações fortes no dia seguinte à primeira-ministra ter sinalizado que a saída do Reino Unido podia não se traduzir necessariamente num divórcio amigável.


Na semana passada o valor da moeda britânica chegou a afundar 6% no espaço de dois minutos na negociação asiática, um comportamento sem explicação formal e que está a ser investigado pelo Banco de Inglaterra. No fim-de-semana anterior Theresa May tinha anunciado que o Reino Unido accionaria o artigo 50 do Tratado de Lisboa até Março do próximo ano e na noite da forte queda da libra o presidente francês, François Hollande, tinha afirmado que o Reino Unido se tinha decidido "por um 'hard Brexit'".

Depois de conhecida a decisão do Governo de permitir que o Parlamento se pronuncie, a moeda de Sua Majestade avança esta quarta-feira 0,79% para 1,2219 dólares, interrompendo quatro sessões consecutivas de quedas que conduziram a divisa a mínimos de 31 anos.


"É claro que o Parlamento vai debater e escrutinar o processo à medida que ele avança. É absolutamente necessário e é correcto que assim seja. (…) Mas ter uma segunda votação ou uma votação alternativa à vontade do povo britânico não é um caminho aceitável," tinha dito na segunda-feira um porta-voz da primeira-ministra, Theresa May, aos jornalistas, citado pela Reuters.

A Bloomberg refere que apesar de o facto de dar voz ao Parlamento não ameaçar a concretização de saída do Reino Unido, a maioria dos deputados – que defende a manutenção de uma relação próxima com o resto dos parceiros europeus – pode assim pressionar o Governo que ao longo de dois anos terá de conduzir o processo de negociações de saída com a União Europeia. 

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