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Madrid quer baixar impostos para atrair "fugitivos" do Brexit
A capital espanhola está a ponderar reduzir o imposto máximo a pagar pelos contribuintes singulares e aumentar os incentivos à fixação de novas empresas na região para concorrer com Frankfurt ou Paris para atrair serviços e profissionais que venham a deixar o Reino Unido.
A Comunidade Autonómica de Madrid está a planear baixar a taxa máxima de imposto sobre os rendimentos singulares (do IRPF, homólogo do português IRS) como forma de tentar atrair gestores e profissionais altamente qualificados para a região da capital.
De acordo com o jornal Expansión, a entidade prevê reduzir aquele valor em 4,5 pontos percentuais, passando dos actuais 43,5% para 39% como forma de aproveitar a oportunidade criada pela anunciada saída do Reino Unido da União Europeia - que poderá desencadear a deslocalização de empresas actualmente sediadas em Londres – e concorrer com destinos como Paris ou Frankfurt.
Além disso, o relatório preparado pela EY e citado pelo periódico espanhol, prevê também conceder uma redução do imposto associado à construção e obras, disponibilizar terrenos para a instalação de empresas e permitir a dedução de gastos com a deslocação da empresa para o país.
A concessão destes benefícios é extensível a todos os que se instalem no território da capital e será válida por dez anos, o dobro do período que vigora actualmente. Terão de optar por estar sujeitos ao regime autonómico e não ao regime geral do país.
O conselho de assessores fiscais espanhóis estima que um indivíduo que tivesse um rendimento de um milhão de euros, com o novo regime pouparia 42 mil euros em impostos, passando a pagar 393 mil euros em vez dos 435 mil euros actualmente exigidos. Em relação ao regime geral a poupança seria de 32.400 euros.
Esta semana o Financial Times posicionava Frankfurt, Luxemburgo e Paris como as três cidades mais bem posicionadas para a relocalização de empresas do sector financeiro no pós-Brexit. Madrid era a quinta cidade com maior presença de filiais internacionais de grande bancos e Lisboa surgia em oitavo lugar, com serviços do Deutsche Bank, do Credit Suisse, do Citi e do Barclays instalados na capital portuguesa.