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Libra recupera após May aceitar Brexit no Parlamento

A moeda britânica está a reagir em alta à decisão anunciada ontem pela primeira-ministra Theresa May, de permitir que o Parlamento vote o plano para o Brexit.

1. Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido
Reuters
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Depois de quatro dias de quedas acentuadas, a libra esterlina está em recuperação na sessão desta quarta-feira, com os investidores a especularem que o Parlamento britânico vai aliviar o plano do Governo para concretizar o Brexit.

A libra avança 0,88% para 1,223 dólares e no câmbio face à moeda da Zona Euro valoriza 1,02% para 1,1079 euros.

A divisa britânica vem de uma série de quedas acentuadas devido aos receios com o impacto do Brexit. Mas estes aliviaram depois de o Governo britânico ter recuado ao aceitar que os planos de saída da União Europeia sejam escrutinados pelo Parlamento.

A confirmação veio esta terça-feira do gabinete da governante, que no entanto quer ver garantido que os deputados não tentarão bloquear o processo de saída nem fragilizar a posição negocial do Governo com as instâncias da União Europeia.


A alteração de posição, noticiada pela Bloomberg, chega horas antes de a Câmara dos Comuns debater, esta quarta-feira, uma moção apresentada pelo partido Trabalhista para garantir um "debate completo e transparente" do plano de saída da UE antes de ser desencadeado o pedido formal de desvinculação.

Na semana passada o valor da moeda britânica chegou a afundar 6% no espaço de dois minutos na negociação asiática, um comportamento sem explicação formal e que está a ser investigado pelo Banco de Inglaterra. No fim-de-semana anterior Theresa May tinha anunciado que o Reino Unido accionaria o artigo 50 do Tratado de Lisboa até Março do próximo ano e na noite da forte queda da libra o presidente francês, François Hollande, tinha afirmado que o Reino Unido se tinha decidido "por um 'hard Brexit'".

"É claro que o Parlamento vai debater e escrutinar o processo à medida que ele avança. É absolutamente necessário e é correcto que assim seja. (…) Mas ter uma segunda votação ou uma votação alternativa à vontade do povo britânico não é um caminho aceitável," tinha dito na segunda-feira um porta-voz da primeira-ministra, Theresa May, aos jornalistas, citado pela Reuters.

A Bloomberg refere que apesar de o facto de dar voz ao Parlamento não ameaçar a concretização de saída do Reino Unido, a maioria dos deputados – que defende a manutenção de uma relação próxima com o resto dos parceiros europeus – pode assim pressionar o Governo que ao longo de dois anos terá de conduzir o processo de negociações de saída com a União Europeia. 

 

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