Notícia
Saldo migratório no Reino Unido com maior queda em dois anos
Nos primeiros números conhecidos depois do referendo do Brexit, a diferença entre a quantidade de pessoas que entraram e as que saíram do território atingiu mínimos de dois anos. Mas as chegadas de países da UE como Roménia e Bulgária continuam a aumentar.
A diferença entre a entrada e a saída de migrantes do Reino Unido registou, no terceiro trimestre do ano passado - o período seguinte ao referendo do Brexit – o valor mais baixo em dois anos. O saldo migratório ficou, entre Julho e Setembro, em 273 mil pessoas, uma queda de 18% em relação ao mesmo período de 2015.
Esse comportamento deveu-se ao recuo ligeiro do número de imigrantes (menos 23 mil pessoas entraram no Reino Unido nesse período, para 596 mil) e a uma maior saída de pessoas para a Polónia e países da Europa de Leste. O número de emigrantes aumentou 26 mil, para os 323 mil nos três meses posteriores à decisão de saída da União Europeia, tomada em referendo pelos britânicos a 23 de Junho.
Ainda assim, a entrada de migrantes a partir de países da União Europeia continuou a aumentar – 74 mil pessoas no trimestre – com a chegada de um número recorde de pessoas da Roménia e da Bulgária, referem números do instituto britânico de estatísticas, conhecidos esta quinta-feira, 23 de Fevereiro.
Naquele período chegaram ao Reino Unido mais migrantes oriundos dos outros 27 países da UE do que a combinação de todos os outros países exteriores ao Velho Continente.
O número de pessoas que emigraram para países do leste europeu aumentou quase 30% para 39 mil e é apontado pelo Financial Times como uma das evoluções mais assinaláveis no relatório estatístico.
O valor do saldo migratório, apesar da queda, continua ainda longe do nível que o governo britânico tem procurado atingir nos últimos anos, de 100 mil pessoas, mais de metade das 273 mil que actualmente constituem a diferença entre entradas e saídas do país.