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BCE: Recuperar o controlo é “uma ilusão” para um “país pequeno” como o Reino Unido

Peter Praet, economista-chefe do BCE, avisou que, num mundo interconectado, os países pequenos - como é o caso do Reino Unido - têm dificuldades em "recuperar" o controlo.

Peter Praet: O alemão Peter Praet teve uma remuneração anual de 275,6 mil euros, o que corresponde também a um aumento de 1,65% em 2015. Além de ser membro da Comissão Executiva do BCE, Praet desempenha também funções académicas na Université libre de Bruxelles.
Bloomberg
23 de Fevereiro de 2017 às 12:36
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Peter Praet, economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) avisou esta quinta-feira, 23 de Fevereiro, que o Reino Unido não vai conseguir recuperar o controlo sobre o seu destino, apesar do Brexit, por se tratar de "um país pequeno" num mundo interconectado.

 

"É um pouco desonesto dizer que podem recuperar o controlo", afirmou o responsável, numa conferência em Londres, citado pela Bloomberg. "Este é um mundo interconectado e os países pequenos sabem disso. O Reino Unido é um país pequeno".

 

Recuperar o controlo em questões orçamentais e de imigração foi precisamente a bandeira dos defensores da saída da União Europeia e o argumento que conduziu à vitória do Brexit, no referendo de 23 de Junho. Nesta altura, o decreto que permitirá à primeira-ministra Theresa May invocar o artigo 50.º do Tratado de Lisboa está na Câmara dos Lordes, depois de ter recebido luz verde na Câmara dos Comuns.   

 

Assim que seja aprovado, a governante poderá accionar o artigo – May prevê fazê-lo até ao final de Março – dando início ao período de negociações sobre os termos da saída do Reino Unido da UE.

 

Praet garantiu ainda que "haverá mais atritos no comércio quando o Reino Unido sair do bloco" e, apesar de estar optimista, admite que "as coisas podem degradar-se muito rapidamente".

 

"Recuperar o controlo como Estado-nação num ambiente multilateral é extremamente complicado", acrescentou Praet. "É uma ilusão".

 

Sobre o futuro das relações comerciais entre o bloco regional e o Reino Unido, o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, disse hoje que a proximidade deverá ser inferior àquela que existe com a Noruega.

 

"É provável que o Reino Unido se torne menos próximo da UE, ao nível do comércio, do que a Noruega que, pelo menos, faz parte do Espaço Económico Europeu, ou a Suíça, que tem acordos bilaterais com a UE", afirmou Weidmann. "Mercados abertos e uma ordem económica competitiva são os pilares que sustentam a nossa prosperidade".

 

Esta quinta-feira, também o chanceler austríaco Christian Kern disse, numa entrevista à Bloomberg TV, que o Brexit vai ser "muito caro" para o Reino Unido.

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