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Primeiro-ministro esloveno prevê "fim da UE" se faltar ajuda entre Estados-membros

O primeiro-ministro da Eslovénia, Miro Cerar, previu hoje que sem ajuda e cooperação com os países mais atingidos pela crise dos refugiados se irá assistir ao "início do fim da União Europeia (UE)".

Reuters
Negócios 25 de Outubro de 2015 às 18:23
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Falando à entrada da reunião que junta em Bruxelas dez responsáveis de países, Cerar sublinhou a necessidade de "planos imediatos e concretos" que sejam levados à prática "nos próximos dia ou semanas".

 

"Se isso não acontecer, a União Europeia e a Europa, como um todo, vão desmoronar-se", previu o governante, lembrando que o seu país é o mais pequeno na rota dos refugiados, com dois milhões de habitantes, mas que nos últimos dez dias recebeu 60 mil pessoas e 13 mil num só dia.

 

Caso estes números ocorressem na Alemanha, segundo o mesmo governante, isso iria a "equivaler à entrada de meio milhão de pessoas num só dia".

 

O primeiro-ministro quer continuar a "mostrar humanidade e solidariedade", mas notou a necessidade de os outros países mostrarem hoje "ajuda, cooperação e solidariedade" e que a Croácia "se porte de forma diferente", nomeadamente na área da comunicação, e que "deixe de enviar deliberadamente pessoas sem aviso prévio".

 

"Espero que haja cooperação de acordo com os valores da UE", afirmou o governante, defendendo ainda o reforço do controlo das fronteiras da Grécia com a Turquia.

 

Pela Grécia, o primeiro-ministro Alexis Tsipras apelidou de "positiva" a convocatória de hoje, mas notou que a Turquia não participará neste debate de países de trânsito de refugiados.

 

"Mas para haver trânsito é preciso uma entrada e para encontrar uma solução temos que acordar com a porta de entrada", argumentou o grego, esperando que hoje se consigam medidas para diminuir o fluxo de pessoas e solucionar a crise humanitária.

 

Tsipras informou ainda que até ao final do ano deverão estar a funcionar mais quatro equipas de gestão e acolhimento de refugiados na Grécia.

 

O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, notou estar, em Bruxelas "a falhar a campanha eleitoral", pelo que se deslocou à Comissão Europeia para "discutir e não para subscrever decisões que não levem a lado nenhum".

 

Por seu lado, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, notou ter saído da Polónia, seu país natal, em dia de eleições gerais por "causa da gravidade da situação" e pela necessidade de "diálogo para evitar mal-entendidos e tensões desnecessárias".

 

Tusk sublinhou ainda como os seus apelos para que a defesa das fronteiras externas fosse uma prioridade passaram a ser uma posição comum entre os Estados-membros da União Europeia (UE).

 

Presente nesta reunião, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban lembrou que o seu país se retirou das rotas, pelo que foi a Bruxelas "como mero observador", mas não deixou de defender, por exemplo, o fim da "política de fronteiras abertas".

 

A minicimeira de hoje, convocada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, contará com a presença de dirigentes da Áustria, Bulgária, Croácia, Alemanha, Grécia, Hungria, Roménia, Eslovénia e ainda da Antiga República Jugoslava da Macedónia e da Sérvia, dois países que não são membros da União Europeia.

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