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Passos diz que maioria que suporta Governo não tem a mesma visão europeia

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, recordou esta sexta-feira que a maioria parlamentar da qual depende o actual Governo não tem a mesma visão sobre a Europa, alertando para emergência dos "radicalismos populistas" que ameaçam o projecto europeu.

Pedro Passos Coelho: Conseguiu vencer as eleições legislativas, apesar de ter aplicado duras medidas de austeridade. Mas isso não chegou para governar.
29 de Janeiro de 2016 às 21:52
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"É muito importante que o actual Governo saiba bem as escolhas que quer fazer no espaço europeu porque a maioria de que depende não tem a mesma visão que nós temos. Resta saber qual é aquela que o Governo quer realmente defender", disse Pedro Passos Coelho no encerramento da conferência evocativa "30 Anos de Portugal na Europa", que hoje decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

 

O antigo primeiro-ministro enfatizou a "emergência de populismos radicais ou radicalismos populistas, uns mais de extrema-esquerda, outros mais de extrema-direita e movimentos ditos soberanistas", que têm uma "visão anti-europeia e cujo objectivo é acabar com o Euro, com a União Económica e Monetária e com a Comissão Europeia e com as instituições europeias como elas hoje existem".

 

"Há quem esteja à espera em Espanha e em Portugal que os Governos, por fragilidade política de conjuntura, dependam do apoio desses radicalismos populistas para servirem essa estratégia de acabar com o Euro e com as instituições que hoje conhecemos na Europa", alertou.

 

Segundo Passos Coelho, "o poder de sedução de algumas correntes anti-europeístas e dos populismos radicais é muito maior em muitos países do que era há alguns anos".

 

"Aqueles que acham que não vale a pena incomodarem-se com este assunto por acharem que têm alguma supremacia moral a lidar com o problema podem ao final do dia estarem bem arrependidos de se terem feito demasiado distraídos", avisou ainda, num alerta implícito à liderança de António Costa.

 

Na opinião do líder da oposição, quando se olha para a situação nacional, é visível que "começa a crescer uma diferença sensível entre aquilo que é a representação que é feita destes partidos no espaço europeu, de representação política europeia parlamentar, e aquilo que são os objectivos mais ou menos assumidos pelas lideranças governamentais". "Bem à frente dos nossos olhos se está a processar uma intensa e importante batalha política da qual fazemos parte. Convém que não sejamos instrumentalizados no meio desta batalha. Que a saibamos identificar e que possamos agir em acordo com os nossos valores e princípios", advertiu ainda.

 

Passos Coelho falou ainda do problema dos refugiados e das migrações, considerando que "a obrigação de ir ao encontro destes problemas não é uma obrigação estritamente europeia", e apesar de esta questão bater "mais à porta" do velho continente, as Nações Unidas e os EUA têm que ter uma actuação mais activa. "Até hoje tem sido muito insuficiente a forma como se tem lidado com este problema. As coisas não estão a funcionar e a Europa está impotente a lidar com este problema", lamentou.

 

O ex-primeiro-ministro afirmou ainda que as últimas decisões da Dinamarca sobre os refugiados foram profundamente infelizes, esperando que este tema "possa merecer da parte do próximo Conselho Europeu uma reflexão séria", à qual espera que o Governo português se associe.

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