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Parlamento Europeu reprova nome indicado pela Hungria para a Comissão

Olivér Várhelyi vai ter de responder a perguntas por escrito depois de a comissão parlamentar para as Relações Externas ter reprovado o nome apontado pela Hungria para integrar a próxima Comissão Europeia. Von der Leyen tem vida dificultada para entrar em funções a 1 de dezembro.

Reuters
14 de Novembro de 2019 às 19:49
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Mais um contratempo para Ursula von der Leyen: a comissão parlamentar para as Relações Externas do Parlamento Europeu não deu luz verde ao húngaro Olivér Várhelyi (na foto) para próximo comissário para o Alargamento e Vizinhança.

Os membros daquele comité do Parlamento Europeu mantêm reticências quanto à capacidade de o húngaro exercer funções de forma imparcial e sem ser influenciado por eventuais diretivas do governo chefiado por Viktor Orbán. A Hungria está a braços com uma ação por violação das regras do Estado de direito intentada por Bruxelas.

Após ter falhado a aprovação pelos eurodeputados na audição parlamentar desta quinta-feira, ao não conseguir os dois terços necessários, Olivér Várhelyi terá agora de responder, por escrito, a um conjunto de perguntas até ao meio-dia da próxima segunda-feira.

Se as respostas não forem consideradas convincentes, o nome proposto por Budapeste para integrar o próximo executivo comunitário arrisca ter de prestar nova audiência na terça-feira da próxima semana.

O comissário designado pela Hungria recebeu somente o apoio dos coordenadores do PPE, dos conservadores (ECR) e do grupo de extrema-direita ID. S&D, liberais (Renovar a Europa), Verdes e o grupo de esquerda radical GUE/NGL requereram a resposta a mais questões.

Citado pelo Politico, Olivér Várhelyi assegurou que não aceitaria "qualquer interferência" de Orbán.

Os dois outros comissários designados por França, Thierry Breton, e pela Roménia, Adina-Ioana Valean, foram aprovados pelas comissões parlamentares que os avaliaram. Hungria, França e Roménia tiveram de indicar novos nomes depois de as primeiras escolhas terem sido chumbadas pelo Parlamento Europeu.

Boris Johnson também dificulta a vida de Von der Leyen

Os eurodeputados criaram assim um novo obstáculo para a presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que foi também obrigada a ajustar a orgânica e a nomenclatura de algumas pastas para garantir o apoio do S&D. A ex-governante alemã pretendia iniciar funções a 1 de novembro, contudo a reprovação de três comissários deixou a tomada de posse do novo executivo da União Europeia em suspenso. A data atualmente em cima da mesa é 1 de dezembro.

Mas também o Reino Unido constitui um contratempo para Von der Leyen, uma vez que o governo chefiado por Boris Johnson recusou indicar um comissário britânico enquanto decorre a ação de campanha, admitindo apenas fazê-lo depois das eleições legislativas marcadas para 12 de dezembro.

Uma vez que os tratados estipulam que a Comissão Europeia tem de ser constituída por um elemento de cada um dos Estados-membros, e que o Reino Unido não saiu do bloco europeu a 31 de outubro dado o adiamento do Brexit para 31 de janeiro, o novo executivo tem de contar com um comissário britânico.

Dado o incumprimento das regras, a Comissão Europeia acionou esta quinta-feira uma ação por infração contra Londres.

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