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Lagarde diz que economia vai manter-se "fraca" este ano. Médio Oriente agravou riscos

A presidente do BCE advertiu que há riscos para o crescimento económico, que poderá ser penalizado caso os efeitos das políticas monetárias restritivas sejam mais fortes do que o esperado.

Ronado Wittek / EPA
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A debilidade da economia da Zona Euro deverá manter-se pelo menos até final do ano, antecipa Christine Lagarde. A presidente do Banco Central Europeu (BCE) não quis avançar números já que o "staff" da autoridade monetária vai atualizar as projeções económicas no próximo encontro do conselho de governadores, em dezembro, mas alertou que os riscos agravaram-se com o conflito no Médio Oriente.

"A economia da Zona Euro continua fraca. Os mais recentes dados sugerem que a produção industrial continuou a cair. A fraca procura externa e as condições de financiamento mais restritivas estão a afetar cada vez mais o investimento e as despesas de consumo. O setor dos serviços também está a enfraquecer ainda mais", avisou Lagarde, na conferência de imprensa que se seguiu ao conselho de governadores desta quinta-feira.

A evolução nos serviços deve-se principalmente aos efeitos da atividade industrial mais fraca noutros setores, bem como de o ímpeto dos efeitos da reabertura das economias pós-covid estar a desaparecer e de o impacto das taxas de juro mais elevadas se estar a alargar. "É provável que a economia se mantenha fraca durante o resto do ano. Mas, à medida que a inflação continuar a descer, os rendimentos reais das famílias recuperarem e a procura de exportações da Zona Euro aumentar, a economia deverá fortalecer-se nos próximos anos", antecipou.

A presidente do BCE advertiu que há riscos para o crescimento económico, que poderá ser penalizado caso os efeitos das políticas monetárias restritivas sejam mais fortes do que o esperado. Da mesma forma, também uma expansão global inferior teria naturalmente impacto na Zona Euro. "A injustificada guerra da Rússia contra a Ucrânia e o trágico conflito espoletado por ataques terroristas em Israel são fontes de risco geopolítico", disse.

"Isto pode resultar em empresas e famílias tornarem-se menos confiantes e em maior incerteza sobre o futuro, penalizando mais o crescimento. Em sentido contrário, o crescimento pode ser superior ao esperado se o ainda resiliente mercado de trabalho e os rendimentos reais significarem que as pessoas e os negócios ficam mais confiantes e gastam mais ou que a economia mundial cresce de forma mais robusta que o esperado", acrescentou.

Atualmente, o BCE estima que a economia da Zona Euro cresça 0,7% em 2023 e acelere para 1% no próximo ano, bem como 1,5% no seguinte. Já no que diz respeito à inflação, aponta para um alívio para 5,6% este ano, 3,2% no próximo e 2,1% em 2025.

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