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Fillon diz que Le Pen é a "serial killer do poder de compra"

O primeiro debate televisivo entre os candidatos às presidenciais de França foi marcado por acusações mútuas, mas a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, foi o principal alvo das críticas, sendo acusada de querer levar o país "à ruína".

Reuters
21 de Março de 2017 às 00:39
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Os candidatos às eleições presidenciais de Abril e Maio em França tiveram esta segunda-feira, 20 de Março, o seu primeiro debate televisivo. Ao longo de quase três horas e meia, Marine Le Pen – a cara da extrema-direita nestas eleições e que está à frente nas sondagens para a primeira volta – foi o centro dos ataques dos restantes quatro candidatos, nomeadamente pelas suas posições relacionadas com a imigração ou a economia.

Num debate transmitido pela estação de televisão TF1, o candidato do centro-direita, François Fillon, acusou Le Pen de ser a "serial killer do poder de compra", devido à sua proposta de abandonar o euro.

"A verdadeira ‘serial killer’ do poder de compra é a senhora Le Pen, com a saída da zona euro. Está a conduzir o país para um verdadeiro caos económico. Sairmos da União Europeia é uma aventura que conduzirá à ruína de aforradores e devedores," considerou o candidato que vem perdendo força nas sondagens depois de ser acusado do pagamento de trabalho fictício de familiares com dinheiros públicos.

Fillon, numa crítica por interposta pessoa a Emmanuel Macron, lamentou também a política de imigração da chanceler alemã Angela Merkel, acusando-a de criar "grandes problemas à Europa". Uma alusão aos elogios feitos pelo candidato centrista - que é actualmente favorito para bater Marine Le Pen numa segunda volta -às políticas alemãs para os refugiados.

Já Emmanuel Macron acusou Le Pen de mentir e tentar dividir os franceses. E foi visado pelo candidato socialista, Benoit Hamon, que instou o antigo ministro da Economia a confirmar se entre as pessoas que contribuíram para a sua campanha se encontram executivos da indústria financeira e petrolífera.

Le Pen manifestou a intenção de pôr fim à imigração "legal e ilegal" e defendeu um "patriotismo económico" para que a França não seja "uma região vaga" na Europa e recusando ser "vice-chanceler de Angela Merkel".

"Os responsáveis políticos tentam sempre culpar os franceses. É preciso regressar a um Estado estratega. Eu, enquanto presidente, o que me importa é o trabalho dos franceses, não estou encarregada de desenvolver o emprego no país dos vizinhos," afirmou.

Antes do debate, as últimas sondagens apontavam para a existência de 40% de indecisos sobre em quem votar nas eleições de 23 de Abril (primeira volta) e 7 de Maio (segundo turno).  

Entretanto, de acordo com uma outra sondagem realizada pela Elabe o candidato centrist Emmanuel Macron foi considerado o mais convincente dos cinco candidatos, recolhendo 29% das preferências dos inquiridos, seguido do candidato à esquerda Jean-Luc Melenchon (20%) e dos 19% do candidato do centro-direita François Fillon e da candidata da extrema-direita Marine Le Pen.

O menos convincente terá sido Benoît Hamon - o candidato socialista que há semanas esteve em Lisboa a estudar a "geringonça" -, que recolheu 11% das opiniões positivas.

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