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Ministro francês demite-se depois de ter dado emprego de férias às filhas

Bruno Le Roux apresentou a demissão do cargo de ministro do Interior francês depois de ter admitido que empregou as filhas, então ainda menores de idade, como assistentes no Parlamento.

21 de Março de 2017 às 18:30
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O ministro do Interior de França, Bruno Le Roux, apresentou esta terça-feira, 21 de Março, a demissão depois de ter admitido que contratou as filhas para desempenhar funções parlamentares durante as respectivas férias escolares. Apesar desta admissão, Le Roux assegura não ter cometido qualquer ilegalidade, isto apesar de em determinado período as filhas serem menores de idade.

 

Aparentemente Le Roux, que assumiu o cargo de ministro do Interior em Dezembro, cedeu à pressão de diversos sectores políticos que exigiam a sua demissão depois deste ter reconhecido que pagou às suas filhas, actualmente com 20 e 23 anos de idade, um total de 55 mil euros, distribuídos por um período de sete anos, entre 2009 e 2016, para o desempenho de funções de assessoria parlamentar.

 

A demissão foi confirmada após o culminar de um encontro, que decorreu esta tarde, entre Le Roux e o primeiro-ministro francês, Bernard Cazeneuve, que convocou o ainda ministro para uma reunião a fim de receber explicações sobre esta polémica que estalou depois de, na noite desta segunda-feira, um programa televisivo da TMC ter reportado o caso.

 

A filha mais velha de Le Roux tinha 15 anos quando em 2009 cumpriu o primeiro contrato de trabalho temporário, por um período de 12 dias. A pressão pública sobre o militante do PS francês subiu de tom já que a idade legal mínima de trabalho prevista na legislação gaulesa é de 16 anos, a menos que o empregador seja um dos progenitores.

 

Por outro lado, as críticas ao ministro do Interior centravam-se também no facto de um dos período de férias, em 2013, coincidir com o intervalo temporal em que uma das filhas de Le Roux terá também trabalhado na empresa de cosméticos Yves Rocher, na Bélgica.

 

Este caso soma-se à polémica em torno dos empregos públicos fictícios criados por François Fillon, candidato d’Os Republicanos às presidenciais gaulesas, para familiares directos (mulher e filhos) e pagos com dinheiros públicos. Também Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, vê-se envolvida em polémica idêntica, sendo acusada de ter criado empregos fictícios no Parlamento Europeu para elementos do seu partido. Contudo, Le Roux rejeita comparar as situações, sublinhando que em relação às suas filhas "estamos a falar de empregos de Verão".

 

"Sim, as milhas filhas trabalharam comigo, essencialmente no Verão ou outras férias escolares, mas nunca em regime permanente", explicou Le Roux em declarações aos jornalistas.

 

Chega assim ao fim a curta experiência governamental de Bruno Le Roux, que entrou no Governo no âmbito da remodelação governamental promovida pelo presidente François Hollande, isto já depois de Manuel Valls se ter demitido da chefia do Executivo para se concentrar nas primárias socialistas.

Segundo fontes do Eliseu citadas pela agência Reuters, Matthias Fekl irá substituir Le Roux. As autoridades judiciárias francesas já anunciaram a abertura de um inquérito preliminar a esta situação.

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