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Estudo: Macron é o único candidato capaz de colocar défice francês abaixo dos 3%
Um trabalho conjunto do grupo Allianz e da Euler Hermes, especialistas em risco e seguros de crédito, analisou as propostas dos candidatos às presidenciais francesas.
O grupo Allianz e a Euler Hermes, accionistas da portuguesa Cosec, especialista em seguros de crédito, fizeram um estudo conjunto do impacto das eleições na economia francesa e chegaram à conclusão que o "único candidato com probabilidade de colocar o défice abaixo dos 3%" é Emmanuel Macron.
O trabalho, que analisou as propostas políticas dos candidatos, salientou que "se François Fillon reduzir os impostos, a dívida sobe; Marine Le Pen fará o PIB cair dos 1,4% para os 1% só este ano e as ideias de Benoît Hamon vão empurrar dívida pública para lá dos 100%".
Para as duas sociedades, "os eleitores franceses têm três prioridades: o reequilíbrio, ou seja, transformar poupanças em investimentos e gerar rendimentos; a reflação, pelo aumento de preços e salários; e a contenção de despesas, nomeadamente quanto à União Europeia", segundo um comunicado enviado pelas duas entidades.
As duas empresas referiram ainda que os quatro candidatos "Marine Le Pen (Frente Nacional, de extrema-direita), Emmanuel Macron [candidato independente, do centro], François Fillon (Republicanos), e Benoît Hamon (Partido Socialista) têm propostas distintas para responder a essas necessidades. Enquanto Fillon aposta no reequilíbrio, com reduções nos impostos e depois um aumento do IVA, Macron e Hamon prometem investir mais na reflação. Marine Le Pen, por outro lado, aposta na contenção face às despesas com a UE e no estímulo do patriotismo económico".
O mesmo estudo alertou ainda para o timing colocado por estas eleições. "Decorrem num contexto de incerteza, com a extrema-direita a reunir cada vez mais apoios, e os partidos do centro e da esquerda divididos: há o risco de o próximo Presidente de França não ser apoiado por uma maioria absoluta nas eleições legislativas, que acontecem ainda este ano", adiantaram a Euler Hermes e a Allianz.
Segundo o estudo, esta falta de apoio "já afectou os mercados", com "um aumento do custo de financiamento para a França de 30 pontos base desde o início do ano".