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Costa e Von der Leyen querem passar das palavras aos atos para "renovar o contrato social europeu"

No lançamento da Cimeira Social, no Porto, a presidente da Comissão Europeia garantiu que depois de terem sido definidos os "princípios", agora é o momento da "ação". O primeiro-ministro sinalizou a oportunidade inadiável de "combinarmos convergência com ação".

07 de Maio de 2021 às 15:34
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A Cimeira Social que arrancou esta sexta-feira no Porto não pode ser apenas proclamatória, tem de criar condições para se passar das palavras aos atos e possibilitar a renovação do contrato social europeu.

Estas são algumas das ideias centrais presentes nos discursos de António Costa e de Ursula von der Leyen no lançamento da cimeira que a presidência portuguesa da União Europeia definiu como ponto alto desta liderança semestral.

O primeiro-ministro português foi o primeiro a subir ao palco na Alfândega do Porto. Chegou o "momento de combinarmos convergência com recuperação", proclamou António Costa garantindo que a recuperação pós-covid "só será sustentável e bem-sucedida se for justa e inclusiva".

O líder do Governo considera que esta cimeira é decisiva para estabelecer um enquadramento capaz de "corrigir desigualdades existentes sem criar novas desigualdades", o que torna essencial "renovar o contrato social europeu" mediante o desenvolvimento de "respostas inovadoras e inclusivas" que assegurem uma "proteção social adaptada às exigências dos novos tempos".

Entre esses desafios, Costa sinalizou a "dupla transição" digital e climática e as mudanças em curso no mercado laboral, com a presidente da Comissão Europeia a acrescentar depois o envelhecimento da sociedade e a automação.

Von der Leyen notou que se a cimeira social de Gotemburgo, realizada em novembro de 2017, foi o momento de definir os princípios para um novo contrato social, esta cimeira do Porto precisa ser "ação".

A líder do órgão executivo da União lembrou que além do plano de ação assente em 20 grandes medidas que esta cimeira deverá consagrar, foram já estabelecidos "três metas mensuráveis, todas alcançáveis" até 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores com pelo menos uma ação de formação por ano e retirar de situações de pobreza ou exclusão social pelo menos 15 milhões de pessoas, 5 milhões das quais crianças. "Precisamos de metas claras para guiar a nossa ação", sustentou.

Poucas semanas depois do "sofagate", em que Von der Leyen foi alvo de descriminação de género por parte do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com a complacência de Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, Von der Leyen apontou a importância de uma das 20 medidas inscritas no plano de ação e que diz respeito à equidade salarial entre homens e mulheres.

"Não devia importar ser-se homem ou mulher. [É preciso um] salário igual para um trabalho igual", atirou.

A dirigente alemã considera que a "promessa europeia" assenta em "oportunidade e proteção para todos", o que exige cooperação para o bem comum: "aqui, juntos, somos mais fortes", disse num português arrastado mas percétivel.

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