Notícia
Contributo da inflação para baixar dívida pública é apenas "transitório", diz Vítor Gaspar
Ex-ministro e atual diretor do departamento de assuntos orçamentais do FMI considera que inflação ajuda na descida do rácio de dívida pública, mas que só "um regime de preços estáveis" pode ajudar os países com maior rácio de dívida face ao PIB.
O ex-ministro e atual diretor do departamento de assuntos orçamentais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Vítor Gastar, defendeu esta segunda-feira que a inflação ajuda na descida do rácio de dívida pública. Esse impacto é, no entanto, "temporário" e só uma "estabilização de preços" permite uma redução sustentável da dívida, disse.
"Muitas pessoas acham que a inflação ajuda na dívida pública e na dinâmica do PIB. E é isso que estamos a assistir", começou por dizer, na conferência sobre o "Mecanismo Europeu de Estabilidade", promovida pelo Jornal de Negócios e a Universidade Católica, para assinalar o Dia da Europa.
Segundo o ex-ministro das Finanças de Pedro Passos Coelho, "um bom exemplo" de como a inflação tem um impacto positivo na redução da dívida pública é o que aconteceu nos Estados Unidos entre 1991 e 1992. "A inflação neste dois anos contribuiu para diminuir o rácio da dívida em relação ao PIB em mais de 12%", enfatizou.
"Mas o ponto que quero enfatizar é que isso é apenas transitório. O melhor regime que um país ou uma zona económica pode ter para sustentar níveis elevados de dívida pública é um regime de preços estáveis", sublinhou.
Vítor Gaspar explicou que, quando a inflação a subir constantemente, os investidores tendem a deixar de comprar títulos de dívida que os países colocam no mercado, o que dificulta o seu financiamento e, com isso, prejudica a redução da dívida pública nacional.
Face a isso, o economista defende que, para os países mais endividados (como é o caso de Portugal) é "crucial haver, não só uma estabilidade nos preços, mas também que essa estabilidade seja credível".
"Muitas pessoas acham que a inflação ajuda na dívida pública e na dinâmica do PIB. E é isso que estamos a assistir", começou por dizer, na conferência sobre o "Mecanismo Europeu de Estabilidade", promovida pelo Jornal de Negócios e a Universidade Católica, para assinalar o Dia da Europa.
"Mas o ponto que quero enfatizar é que isso é apenas transitório. O melhor regime que um país ou uma zona económica pode ter para sustentar níveis elevados de dívida pública é um regime de preços estáveis", sublinhou.
Vítor Gaspar explicou que, quando a inflação a subir constantemente, os investidores tendem a deixar de comprar títulos de dívida que os países colocam no mercado, o que dificulta o seu financiamento e, com isso, prejudica a redução da dívida pública nacional.
Face a isso, o economista defende que, para os países mais endividados (como é o caso de Portugal) é "crucial haver, não só uma estabilidade nos preços, mas também que essa estabilidade seja credível".