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Bundesbank: Centro financeiro de Londres vai sofrer se país ficar fora do mercado único

Jens Weidmann considera que se o Reino Unido não ficar dentro do mercado único os bancos localizados na capital britânica não vão poder conduzir negócios pela Europa. Isto porque perde o “passaporte comunitário bancário”.

Bloomberg
19 de Setembro de 2016 às 10:31
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A 23 de Junho realizou-se no Reino Unido o referendo à permanência do país na União Europeia. Os britânicos decidiram sair do bloco europeu. Quase três meses depois, formalmente Londres ainda não pediu o "divórcio". Mas muita tinta já correu na imprensa sobre as mudanças que um dos principais centros financeiros do mundo pode sofrer. Jens Weidmann (na foto), presidente do banco central alemão (Bundesbank), considera que o lugar de Londres como centro financeiro vai sofrer um impacto significativo se o Reino Unido deixar de estar no mercado único. Isto porque perdem o chamado passaporte comunitário bancário, documento que confere aos bancos a capacidade para operar nos restantes 27 Estados-membros da União Europeia.

"Os direitos do passaporte comunitário bancário estão ligados ao mercado único e automaticamente deixam de aplicar-se se o Reino Unido não fizer parte, pelo menos, do Espaço Económico Europeu", disse Weidmann ao The Guardian. A permanência ou não no mercado único é, aparentemente e de acordo com notícias que têm vindo a público recente, um ponto de discórdia entre os ministros de Theresa May. 


Os direitos do passaporte comunitário bancário são, na opinião do líder do banco central germânico, "cruciais" para a City de Londres pois, sem estes direitos, as empresas vão ter de encontrar uma nova sede. E perante um cenário em que as empresas deixem Londres, Frankfurt pode beneficiar, servindo como a nova casa para muitas instituições.

"Claro que vários negócios vão reconsiderar a localização das suas sedes. Enquanto importante centro financeiro e local onde estão entidades de supervisão e regulação, Frankfurt é atraente e vai receber bem os recém-chegados. Mas não espero um êxodo elevado de Londres para Frankfurt", disse.


Em declarações a vários jornais europeus, Weidmann também alertou os restantes países europeus sobre a ideia de compensarem a decisão do Reino Unido com passos na direcção de uma maior integração. "Para muitos dos seus cidadãos, a Europa perdeu de facto o seu brilho e tornou-se numa projecção das desvantagens da globalização e da migração. Da mesma forma, os instintos normais das instituições da União Europeia é responder a esta crise com ‘mais Bruxelas’ e mais integração, o que já não tem repercussão no público. A integração não pode ser um fim em si mesmo, tem de fazer sentido", salientou, citado pelo jornal britânico.

Jens Weidmann falou também sobre política monetária e alertou para os ricos de manter uma taxa de juro baixa depois de Março. "Quanto mais tempo continuar a fase de baixas taxas de juro, maiores os riscos de política monetária ultra expansionista. Perante nenhuma circunstância devemos manter as taxas de juro baixas mais tempo do que a estabilidade dos preços exige. As dificuldades resultantes para as instituições financeiras individuais ou orçamentos nacionais não podem travar-nos na normalização da política monetária, assim que seja necessário fazê-lo", argumentou.

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