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Brexit: Autarca de Londres ataca o "meio queniano" Obama

Na defesa do abandono da União Europeia, o polémico Boris Johnson deu uma resposta áspera ao presidente americano, que incentivara o voto pela permanência no referendo de Junho.

Reuters
22 de Abril de 2016 às 17:48
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A campanha para o referendo de 23 de Junho sobre a saída do Reino Unido na União Europeia ("Brexit") está a aquecer e acaba de chamuscar o próprio presidente dos Estados Unidos da América. O "mayor" de Londres sugeriu até um ressentimento anti-imperialismo britânico por parte de Barack Obama, reavivando um tema étnico que tanta tinta fez correr do outro lado do Atlântico.

 

No arranque de uma visita de três dias ao país, o líder norte-americano publicou um artigo de opinião no jornal inglês The Telegraph em que apela ao "sim", pela permanência no bloco europeu, com o argumento de que "a União Europeia faz o Reino Unido ainda maior". A resposta de um dos principais activistas do "não" chegou rápida e violenta.

 

O polémico Boris Johnson, que em Maio abandona a liderança da capital e é um dos favoritos a suceder a David Cameron na liderança dos conservadores, escolheu o tablóide "The Sun" para publicar um artigo em que conta o episódio "misterioso" do desaparecimento do busto de Winston Churchill da Sala Oval assim que Obama tomou posse em 2009.

 

"Esteve lá dez anos, mas no primeiro dia da administração Obama [a escultura] regressou sem cerimónia à embaixada britânica em Washington. Ninguém sabe se o presidente participou nessa decisão. Alguns disseram que foi uma afronta à Bretanha, alguns disseram que era um símbolo, por parte do presidente meio queniano, da aversão ancestral ao império britânico – do qual Churchill foi um defensor fervoroso", escreveu o político britânico.

 

Acusando Washington de incoerência, inconsistência e hipocrisia – "os norte-americanos nunca quereriam algo como a UE (…), por que é que eles pensam que é o correcto para nós?", questiona –, Johnson volta a invocar o líder britânico na II Guerra Mundial para sustentar que entrou no conflito não só pela sobrevivência do país mas também para combater as ditaduras antidemocráticas na Europa. Isto para denunciar a actual "tragédia que a UE esteja ela própria a começar a sufocar a democracia neste país e em toda a Europa".

 

A fechar este artigo de resposta escrito para consumo interno, o autarca londrino recuperou alguns dos slogans usados por Obama na primeira eleição, em Novembro de 2008. Em particular o "Yes we can" (sim, nós podemos), que usou para responder a questões sobre se o Reino Unido pode voltar a controlar as suas fronteiras, o seu dinheiro ou o seu sistema de governo. "E fazendo tudo isto podemos prosperar como nunca, e assim ser um aliado ainda melhor e mais valioso para os Estados Unidos", rematou Boris Johnson.

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