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Brexit: UE quer um acordo "mas não a qualquer preço", diz von der Leyen
Esta posição da presidente da Comissão Europeia surge na véspera de um Conselho Europeu considerada por Londres como o prazo para chegar a um acordo pós-'Brexit', disse na terça-feira fonte do governo britânico.
14 de Outubro de 2020 às 22:22
A União Europeia (UE) está a "trabalhar" para obter um acordo pós-Brexit com o Reino Unido, "mas não a qualquer preço", advertiu hoje a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
"É preciso que as condições sejam justas no que diz respeito à pesca, as condições de concorrência equitativas, e os mecanismos de governação. Ainda há muito trabalho diante de nós", escreveu a responsável na rede social Twitter, após um contacto telefónico com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que participou na conversa, exigiu, por seu turno, "avanços" nas negociações.
Esta posição da presidente da Comissão Europeia surge na véspera de um Conselho Europeu considerada por Londres como o prazo para chegar a um acordo pós-'Brexit', disse na terça-feira fonte do governo britânico.
Os dois dirigentes tinham falado por videoconferência no início do mês, concordando em prolongar e intensificar as negociações.
O porta-voz de Johnson, James Slack, reiterou na terça-feira, numa conferência de imprensa, que o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira é decisivo e que o negociador do Reino Unido, David Frost, vai informar o primeiro-ministro - antes de os líderes da UE se reunirem - sobre se as recentes conversas com o homólogo europeu, Michel Barnier, registaram avanços significativos.
Johnson argumenta que a UE deve mudar de posição se quiser um acordo e insiste que o Reino Unido está preparado sair da fase de transição, que termina em dezembro, sem acordo.
Slack salientou que Johnson disse, no conselho de ministros, que, embora deseje um acordo nos termos certos, se não se conseguir chegar lá, estará "pronto e desejoso de avançar com um resultado ao estilo australiano", sublinhando que isso não o preocupa. A Austrália não tem um acordo de comércio abrangente com a UE. Mas a UE insiste que é o Reino Unido quem deve ceder se quiser um acordo e vários líderes europeus disseram hoje que ainda poderá demorar várias semanas até se chegar um acordo.
"Faltam algumas semanas para essa negociação, não alguns dias. Não vejo que possa haver qualquer grande avanço esta semana", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês, Simon Coveney, no Luxemburgo, onde Barnier informou os representantes dos 27 sobre o estado das negociações. Coveney enfatizou que, mesmo para uma relação comercial simples e básica, "há muito trabalho a fazer para as duas equipas de negociação".
A Irlanda está no centro das negociações porque tem a única fronteira terrestre da UE com o Reino Unido e é muito dependente do comércio de seu vizinho, mas Alemanha e França também pressionaram o Reino Unido a fazer concessões em três áreas principais das negociações comerciais do 'Brexit': direitos de pesca, governação empresarial e concorrência.
O ministro da Europa alemão, Michael Roth, disse que "o tempo está a esgotar-se". "Francamente falando, estamos numa fase muito crítica nas negociações", frisou o governante alemão.
O homólogo francês, Clement Beaune, afirmou, por seu turno, que, particularmente no acesso das empresas do Reino Unido ao mercado da UE, o bloco tem que ser muito rigoroso em garantir que as empresas britânicas não sejam capazes de aproveitar-se de regulamentação mínima e subsídios estatais para concorrer em melhores condições do que os rivais continentais. "Caso contrário, teríamos concorrência desleal", alegou Beaune.
Coveney lembrou também que, se for aprovado um acordo, Londres precisará de se livrar de legislação nacional que viole o acordo de saída, uma referência à proposta de lei que anula partes do texto, mas que ainda está em debate na Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico.
A UE disse que qualquer acordo levará cerca de dois meses para ratificação legal, tradução para as muitas línguas europeias e para aprovação do Parlamento Europeu, fazendo com que a data limite efetiva seja por volta de 01 de novembro.
"É preciso que as condições sejam justas no que diz respeito à pesca, as condições de concorrência equitativas, e os mecanismos de governação. Ainda há muito trabalho diante de nós", escreveu a responsável na rede social Twitter, após um contacto telefónico com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
Esta posição da presidente da Comissão Europeia surge na véspera de um Conselho Europeu considerada por Londres como o prazo para chegar a um acordo pós-'Brexit', disse na terça-feira fonte do governo britânico.
Os dois dirigentes tinham falado por videoconferência no início do mês, concordando em prolongar e intensificar as negociações.
O porta-voz de Johnson, James Slack, reiterou na terça-feira, numa conferência de imprensa, que o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira é decisivo e que o negociador do Reino Unido, David Frost, vai informar o primeiro-ministro - antes de os líderes da UE se reunirem - sobre se as recentes conversas com o homólogo europeu, Michel Barnier, registaram avanços significativos.
Johnson argumenta que a UE deve mudar de posição se quiser um acordo e insiste que o Reino Unido está preparado sair da fase de transição, que termina em dezembro, sem acordo.
Slack salientou que Johnson disse, no conselho de ministros, que, embora deseje um acordo nos termos certos, se não se conseguir chegar lá, estará "pronto e desejoso de avançar com um resultado ao estilo australiano", sublinhando que isso não o preocupa. A Austrália não tem um acordo de comércio abrangente com a UE. Mas a UE insiste que é o Reino Unido quem deve ceder se quiser um acordo e vários líderes europeus disseram hoje que ainda poderá demorar várias semanas até se chegar um acordo.
"Faltam algumas semanas para essa negociação, não alguns dias. Não vejo que possa haver qualquer grande avanço esta semana", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês, Simon Coveney, no Luxemburgo, onde Barnier informou os representantes dos 27 sobre o estado das negociações. Coveney enfatizou que, mesmo para uma relação comercial simples e básica, "há muito trabalho a fazer para as duas equipas de negociação".
A Irlanda está no centro das negociações porque tem a única fronteira terrestre da UE com o Reino Unido e é muito dependente do comércio de seu vizinho, mas Alemanha e França também pressionaram o Reino Unido a fazer concessões em três áreas principais das negociações comerciais do 'Brexit': direitos de pesca, governação empresarial e concorrência.
O ministro da Europa alemão, Michael Roth, disse que "o tempo está a esgotar-se". "Francamente falando, estamos numa fase muito crítica nas negociações", frisou o governante alemão.
O homólogo francês, Clement Beaune, afirmou, por seu turno, que, particularmente no acesso das empresas do Reino Unido ao mercado da UE, o bloco tem que ser muito rigoroso em garantir que as empresas britânicas não sejam capazes de aproveitar-se de regulamentação mínima e subsídios estatais para concorrer em melhores condições do que os rivais continentais. "Caso contrário, teríamos concorrência desleal", alegou Beaune.
Coveney lembrou também que, se for aprovado um acordo, Londres precisará de se livrar de legislação nacional que viole o acordo de saída, uma referência à proposta de lei que anula partes do texto, mas que ainda está em debate na Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico.
A UE disse que qualquer acordo levará cerca de dois meses para ratificação legal, tradução para as muitas línguas europeias e para aprovação do Parlamento Europeu, fazendo com que a data limite efetiva seja por volta de 01 de novembro.