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Acordo ibérico para baixar preço da energia gera "tensão" no Conselho Europeu. Sánchez abandona a sala

Obstáculos levantados, por países como a Alemanha, contra a proposta conjunta de Portugal e Espanha para baixar os preços da eletricidade levaram o presidente do Governo espanhol a abandonar a sala e a ameaçar vetar as conclusões do Conselho Europeu.

António Cotrim
25 de Março de 2022 às 18:22
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A iniciativa conjunta de Portugal e Espanha para baixar os preços da eletricidade no mercado ibérico gerou esta sexta-feira um "clima de tensão" no Conselho Europeu, com vários países a contestarem a proposta. As dificuldades em chegar a um consenso levaram a um exaltar de ânimos e obrigaram a interromper os trabalhos. 

Considerada um dos temas mais delicados para a União Europeia no que toca à guerra na Ucrânia, a redução da dependência energética é um dos focos de discussão neste segundo dia da cimeira de líderes. Embora os todos os países reconheçam que é urgente reduzir a dependência da energia russa, divergem na forma de o fazer. Isso terá ficado particularmente visível na discussão do chamado "pacto ibérico" sobre a energia. 

O jornal espanhol "El País" e o canal de televisão francês "France24" dão conta de que o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, chegou mesmo a levantar-se e sair da sala, depois de se terem tornado óbvias as dificuldades de chegar a um acordo que permita baixar o preço da eletricidade. 

A ideia do "pacto ibérico" é impor um teto máximo para o preço de referência do gás, para dessa forma se evitar a "contaminação do preço da eletricidade". Segundo o Governo português, a proposta tem estado a ser trabalhada com a Comissão Europeia e despertou o interesse de outros Estados-membros, que admitiram juntar-se.

A proposta ibérica prevê que a medida seja "temporária" e se aplique a países com poucas interconexões energéticas. Há ainda a condição de os países terem uma fatia considerável de consumo de energias renováveis.

Mas, segundo o "El País" e a "France24", a Alemanha, que é um dos países europeus que mais depende do gás russo, terá sido um dos Estados-membros que terá feito uma oposição "feroz" à proposta, recusando a iniciativa proposta para baixar a eletricidade no mercado ibérico. 

A recusa em avançar com a medida terá levado mesmo Pedro Sánchez a ameaçar vetar as conclusões do Conselho Europeu, segundo informação avançada pela "France24".

Se a proposta reunir o acolhimento de Bruxelas, Portugal e Espanha poderão ter uma poupança líquida mensal de 3.500 milhões de euros.
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