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Um partido que promete nada fazer? A Holanda tem

Esta quarta-feira, os holandeses vão escolher o novo parlamento, de onde sairá o novo governo. No boletim de voto estará um recorde de 28 partidos. Há escolhas para todos os gostos, incluindo um partido cuja única promessa eleitoral é nada fazer.

Mark Rutte alerta: "Problemas da Holanda são demasiado sérios" para se adiar medidas de austeridade
Mark Rutte é o actual primeiro-ministro da Holanda
12 de Março de 2017 às 15:35
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VDD A social-democracia ainda resiste

O Partido da Liberdade e da Democracia do primeiro-ministro conservador, Mark Rutte, governa com os trabalhistas do PvDA, de Jeroen Dijsselbloem, seu ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo. Tem estado à frente nas mais recentes sondagens mas com uma curta margem, e dificilmente escapará de pesadas perdas na bancada parlamentar, podendo passar de 41 para apenas 26 lugares. Rutte, 50 anos, licenciado em História, é chefe de governo desde 2010. Promete mão pesada para os que "abusam da liberdade que a Holanda oferece" e continuar a sanear as contas públicas.




PVV
Devolver a Holanda aos holandeses

Geert Wilders, 53 anos, rosto do Partido da Liberdade (PVV),  é um político que se tornou conhecido devido às suas críticas ferozes sobre o extremismo islâmico que já lhe valeram condenações na justiça e que o forçam a viver sob apertadas medidas de segurança. Antigo membro do VVD, abandonou o partido em 2004 para criar um movimento radical assente no lema "devolver a Holanda aos holandeses". Admirador de Trump, próximo da Frente Nacional francesa e do UKIP britânico, defende igualmente a saída da Holanda do euro e da UE. Diz que aumentará os gastos públicos, reverterá medidas de austeridade e baixará a idade da reforma para os 65 anos.

 



Denk e Artigo 1.º
Os partidos dos imigrantes

O DENK é um partido pró-imigração (o nome significa "igual" ou "equilibrado" em turco e também  "pensar" em neerlandês). Foi fundado em 2015 por dois ex-deputados de ascendência turca do Partido Trabalhista, Tunahan Kuzu e Selçuk Öztürk. Ambos ficaram sob pressão no ano passado por se recusarem a distanciarem-se da repressão do presidente turco contra membros da oposição após o fracassado golpe militar. Já tem um braço dissidente, o Artigo 1.º, que remete para o primeiro ponto da constituição holandesa, que afirma que todos os residentes no país têm de ser tratados de igual forma.



Abstencionistas 

Quem não vota tem de ter representação

O "Niet Stemmers" é um partido que, tal como no nome indica, quer representar os não-votantes. O manifesto eleitoral tem uma promessa: "no parlamento, nós nunca votaremos." Argumento? "25% do eleitorado permanece em casa, mas todos os assentos no parlamento são tomados. Isso só é possível porque os partidos políticos fingem que os não-eleitores não existem". O líder, o advogado Peter Plasman, diz que é preciso um partido para representar as pessoas que ficam em casa ou optam pelo voto em branco, e evitar que o seu voto seja distribuído pelos partidos que não apoiam.


"Sem Modos"
O "Cinco Estrelas" do Norte

O "GeenPeil" ("Sem nível" ou "Sem modos", embora não exista tradução directa) foi fundado em 2014 como movimento político anti-sistema e anti-UE, semelhante ao "Cinco Estrelas" italiano, a partir pelo site de extrema-direita "GeenStijl" ("Sem estilo ") que já teve um grande impacto na política holandesa. Foi a partir daqui que foi lançada a petição pedindo um referendo sobre o acordo de associação entre a UE e a Ucrânia. Os holandeses acabaram por votar contra o acordo, e mesmo que o referendo não tivesses carácter vinculativo, causou grande constrangimento ao governo de Mark Rutte. 



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