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Populistas europeus aceitam milhões da UE que querem destruir

As maiores subvenções vão para os democratas-cristãos e os socialistas da Europa, os dois maiores grupos do Parlamento de 28 países, que recebem 8,68 milhões de euros e 7,15 milhões de euros, respectivamente.

Reuters
05 de Janeiro de 2017 às 20:00
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Os partidos políticos que se opõem à União Europeia estão a receber dinheiro do bloco para divulgarem as suas mensagens de oposição à UE, num ano repleto de eleições. O grupo liderado pela Frente Nacional da França, de Marine Le Pen, obteve a maior soma no ano passado.

 

Em 2016, o Movimento pela Europa das Nações e das Liberdades (MENL), conduzido pela Frente Nacional, recebeu 1,55 milhões de euros no âmbito das subvenções anuais do Parlamento Europeu destinadas a cobrir até 85% dos gastos dos partidos. Um grupo nacionalista liderado pelos britânicos, a Aliança pela Democracia Directa na Europa (ADDE), que inclui o Partido de Independência do Reino Unido (UKIP), recebeu 1,4 milhões de euros.

 

As maiores subvenções vão para os democratas-cristãos e os socialistas da Europa, os dois maiores grupos do Parlamento de 28 países, que recebem 8,68 milhões de euros e 7,15 milhões de euros, respectivamente.

 

Le Pen necessita de 20 milhões de euros para financiar as campanhas presidenciais e legislativas francesas deste ano, mas não poderá contar com as subvenções do Parlamento Europeu, que não podem ser usadas para eleições nacionais.

 

Essa ajuda limita-se a cobrir os custos de campanha vinculados às eleições legislativas europeias e a apoiar actividades como conferências, publicações e viagens ligadas ao programa geral de um partido.

 

A Frente Nacional, que se opõe à imigração e ao euro, está a ter dificuldades em obter empréstimos depois do Banco Central da Rússia ter revogado a licença do banco que era credor do partido e os bancos franceses terem recusado financiamento, disse o tesoureiro Wallerand de Saint Just, no mês passado. O partido, que procura financiadores internacionais em países como a Rússia, receberá um empréstimo de 6 milhões de euros do fundo político de Jean-Marie Le Pen, o pai de Marine Le Pen.

 

As empresas de sondagens projectam que Marine Le Pen chegará à segunde volta das presidenciais francesas, previstas para os dias 23 de Abril e 7 de Maio. O favorito é o candidato do partido Os Republicanos, François Fillon. Os franceses voltarão às urnas nos dias 11 e 18 de Junho para eleger os membros da Assembleia Nacional, a Câmara dos Deputados do parlamento francês.

 

Marine Le Pen, que é deputada do Parlamento Europeu, é co-presidente do Movimento pela Europa das Nações e das Liberdades. O MNEL é o menor grupo do conjunto de 751 assentos parlamentares, com 39 deputados, incluindo 20 da França e quatro da Holanda. O contingente holandês pertence ao Partido para a Liberdade, liderado por Geert Wilders.

 

O grupo do Parlamento Europeu que engloba o UKIP tem 44 deputados, incluindo 20 do Reino Unido e 17 de Itália. Os membros italianos pertencem ao Movimento Cinco Estrelas, fundado por Beppe Grillo, comediante que se tornou político.

 

Essas duas facções europeias têm um membro do Parlamento Europeu que pertence ao partido anti-imigração alemão Alternativa para a Alemanha (AfD).

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