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Ter contas certas "não é suficiente", avisa Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República "ainda não vê" uma contestação generalizada em Portugal, mas sugere ao Governo e aos sindicatos de professores que não rompam as negociações.

André Kosters / Lusa
09 de Março de 2023 às 21:23
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Tem sido um dos pontos mais sublinhados pelo ministro das Finanças, mas Marcelo Rebelo de Sousa põe água na fervura no argumento das contas certas e avisa que tal "não é suficiente" para um país que depende muito de outras economias europeias.

"Não chegam. É evidente que os problemas existem. Não é suficiente", respondeu o Presidente da República quando questionado sobre se o facto de o Governo insistir neste argumento é suficiente, durante a entrevista conjunta da RTP e do jornal Público, esta quinta-feira, 9 de março.

"Há condicionalismos externos que pesam", lembrou o chefe de Estado, mas sublinhou que "há uma parte de gestão nossa que é fundamental". Marcelo Rebelo de Sousa frisou que Portugal "tem a favor o facto de estar melhor do que França ou Itália, e porventura Espanha, mas isso não faz com que não caiam em cima de nós".

"É evidente que a realidade económico-social depende muito de como correr a guerra e a evolução da economia cá dentro e lá fora", começou por assinalar, lembrando que "dependermos muito da Europa. Se a Alemanha não arrancar tão depressa como esperado, não é Portugal que arranca sozinho", assinalou.

Sem contestação generalizada

Para o Presidente da República, ainda não se verifica uma "contestação generalizada" apesar das greves e manifestações quase diárias. "Há um clima de contestação social generalizado?", questionou, respondendo que "ainda não há. Porquê? Porque o desempregado tem tido uma evolução contida". E mesmo havendo a dúvida se é conjuntural ou estrutural, "é um sinal de uma tendência para o futuro. E conforme uma coisa ou outra os efeitos sociais são diferentes".

Quanto à contestação dos professores, que considera justa, o Presidente deixa um aviso: "O caminho é negociar. O Governo faz mal em romper, mesmo pensando que tem no bolso uma solução". E o mesmo para os sindicatos de extremarem as posições: "fariam mal por causa da sintonia com a opinião pública", que tem havido até agora.

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