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Schulz quer ministério das Finanças para formar governo com Merkel

O jornal alemão Handelsblatt avançou este domingo que o líder do SPD pretende que o cargo de ministro das Finanças alemão fique nas mãos dos social-democratas. Na sexta-feira, a direcção do SPD deu luz verde a conversas exploratórias com a chanceler Angela Merkel com o objectivo de desbloquear o actual impasse político.

Reuters
18 de Dezembro de 2017 às 12:52
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Após 12 anos na chancelaria alemã, na próxima legislatura Angela Merkel poderá ter de chefiar, pela primeira vez, um governo em que o ministro das Finanças não pertencerá à CDU. O jornal alemão Handelsblatt noticiou este domingo que o líder do SPD, Martin Schulz, pretende assegurar a tutela das Finanças germânicas ficam na tutela dos social-democratas.

 

Esta será, para já, a primordial exigência feita por Martin Schulz como contrapartida para integrar um novo governo de coligação com a aliança democrata-cristã CDU/CSU. Nos dois governos de coligação com o SPD (2005-09 e 2013-17) e no executivo com os liberais (FDP, 2009-13), o ministro das Finanças pertenceu sempre à CDU.

 

Nos últimos oito anos foi o todo-poderoso Wolfgang Schäuble o titular da pasta, que entretanto abandonou para presidir ao Bundestag (câmara baixa do parlamento germânico). Actualmente, é Peter Altmaier, até aqui chefe de gabinete da chanceler, o ministro alemão das Finanças no executivo ainda em gestão.

 

Neste período, as Finanças assumiram um papel preponderante nos governos de Merkel, o que também se ficou a dever ao peso político e institucional de Schäuble, que apostou em políticas de contenção orçamental e também induziu a sua adopção na Zona Euro.

 

A notícia avançada pelo Handelsblatt surge depois de, na passada sexta-feira, a direcção do SPD ter dado luz verde ao início de conversas exploratórias com vista à eventual reedição da grande coligação e ao desbloqueio do impasse político resultante das eleições federais de Setembro e posterior fracasso das negociações para a coligação Jamaica (CDU/CSU-Liberais-Verdes).


Uma e
xigência que está em linha com a anunciada pretensão de Martin Schulz de apenas voltar a integrar uma solução governativa liderada por Merkel se o SPD tiver capacidade para influenciar a governação.

 

Assegurar a pasta-chave das Finanças seria determinante para os objectivos dos social-democratas, não apenas no que concerne à intenção de reforço das políticas sociais, mas também no plano externo, já que Schulz acompanha o essencial da reforma da União Europeia proposta por Macron. Schulz, contrário às políticas de austeridade promovidas por Schäuble e que já avisou que não integrará nenhum governo para prosseguir o rumo até aqui seguido, propõe mesmo a criação dos Estados Unidos da Europa.

 

A agência Reuters escreve que na próxima quarta-feira os líderes do SPD (Schulz), da CDU (Merkel) e da CSU (partido-irmão bávaro da CDU, chefiado por Horst Seehofer) deverão reunir-se para definir o calendário formal para as conversações exploratórias, que não terão início antes do início de Janeiro.

 

Só depois, entre meados e finais de Janeiro, é que as três forças políticas iniciarão negociações oficiais, o que atira para Março, no melhor dos cenários, ou para Maio, no pior, a hipótese de concretizar uma nova grande coligação.

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