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Merkel "pronta para começar conversações com o SPD"

Depois de no domingo a CDU ter aprovado apoiar uma nova "grande coligação" com os social-democratas, a chanceler alemã deu esta segunda-feira uma conferência de imprensa em que garante: "Estamos prontos para começar conversações com o SPD".

reuters
27 de Novembro de 2017 às 12:59
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"As pessoas esperam que os seus problemas sejam resolvidos e nós acreditamos que a melhor forma de o conseguir é formando um governo estável", afirmou Angela Merkel em conferência de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, 27 de Novembro. A chanceler alemã acrescentou que "é por isso que estamos prontos para começar conversações com o SPD".

A comunicação ao país acontece depois de, já na noite de domingo, os líderes democratas-cristãos terem acordado apoiar a formação de uma nova grande coligação com o SPD. Merkel lembrou esta manhã: "Dissemos desde o início que estamos preparados para assumir responsabilidades".

 

Merkel notou que necessariamente terá de ser alcançado um compromisso entre a aliança democrata-cristã (CDU e o partido-irmão da Baviera, a CSU) e o SPD, avisando que as negociações terão como "ponto de partida o nosso programa de governo". O ponto de partida salientado por Merkel passa por assegurar um orçamento equilibrado e medidas favoráveis às empresas. 

Logo depois das eleições federais de Setembro, o SPD anunciou não estar disponível para participar em conversações com vista à formação de governo, posição reiterada por Martin Schulz na sequênca do fracasso das
 negociações entre a CDU, liberais (FDP) e Verdes para formar a coligação Jamaica. No entanto, a pressão exercida por diversos sectores do SPD e pelo próprio presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, acabou por resultar num recuo de Schulz

Já no fim-de-semana, os social-democratas apresentaram uma lista de condições para reeditar a aliança de bloco central com a CDU, com destaque para medidas de cariz social como a redução de impostos para rendimentos mais baixos e aumentos das pensões mais baixas.

Na quinta-feira, Steinmeier vai reunir-se com Merkel, Schulz e ainda o líder da CSU, Horst Seehofer, no primeiro encontro em que será discutida a forma de ultrapassar o bloqueio político. Esta segunda-feira, a vice-presidente da CDU, 
Julia Klöckner, admitiu que as negociações formais com o SPD e a CSU não deverão começar antes de Janeiro.

Depois das eleições, Merkel disse acreditar que haveria um novo governo na Alemanha antes do final deste ano, um prazo que parece já excluído. Porém, como explicou Julia Klöckner, neste momento a prioridade passa, mais do que pela rapidez das conversações, por ser exaustivo nos detalhes de um potencial acordo com o SPD que garante um acordo final. 

Uma sondagem do instituto Emnid, publicada pelo Bild, mostra que 52% do eleitorado alemão é a favor de uma grande coligação, enquanto 39% rejeita a reedição da solução que permanece em funções enquanto governo de gestão. 

Também o líder social-democrata prestou declarações aos jornalistas nesta segunda-feira. Schulz disse que as questões europeias e a modernização da Segurança Social germânica serão temas presentes nas discussões com Merkel, com o antigo presidente do Parlamento Europeu a garantir que "nenhuma opção" está posta de parte antes do início das conversações.  


(Notícia actualizada pela última vez às 15:22 com declaração de Martin Schulz)

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