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SPD disponível para negociar apoio a Governo de Merkel
A crise política na Alemanha pode ter os dias contados e afinal poderá não ser necessário novas eleições para a maior economia da Europa ter um novo governo.
O SPD tornou oficial o que ontem já era notícia. O partido liderado por Martin Schulz está disponível para iniciar negociações com a CDU/CSU de forma a viabilizar um governo liderado por Angela Merkel.
A disponibilidade foi revelada esta manhã pelo secretário-geral do SPD, Hubertus Heil, após uma reunião pela noite dentro que durou oito horas entre os responsáveis do partido de centro-esquerda alemão.
"O SPD está firmemente convencido que são necessárias negociações. O SPD não vai rejeitar negociações", afirmou Hubertus Heil, citado pela Reuters.
Estas declarações representam uma reviravolta naquele que foi o discurso do SPD antes e depois das eleições de Setembro, pois Martin Schulz sempre descartou apoiar ou integrar um governo de Merkel.
Contudo, a pressão sobre o SPD para aceitar sentar-se à mesa das negociações com Merkel cresceu depois de o FDP ter abandonado as conversões com a CDU, hipotecando a possibilidade de ser criada uma coligação, denominada por "Jamaica".
Com a abertura agora demonstrada pelo SPD, parece mais distante o cenário de a Alemanha ter que repetir eleições no próximo ano.
Merkel tem repetido que não quer formar um governo minoritário e Schulz tem rejeitado repetir uma grande coligação, mas as posições dos dois partidos estão agora a aproximar-se.
Nas declarações efectuadas esta manhã, o responsável do SPD não clarificou se está disponível para integrar o Governo de Merkel, ou apenas para suportar um executivo que tem apoio minoritário no Parlamento.
O Financial Times assinala que esta nova posição do SPD pode enfraquecer a liderança de Martin Schulz, que ainda na segunda-feira afirmou que o partido não iria negociar com Merkel e que estava pronto para ir a eleições.
De acordo com a Bloomberg, Martin Schulz está agora inclinado para apoiar um governo minoritário de Merkel, mas no partido cresce a pressão para que vá mais longe e aceite repetir uma grande coligação.
Após o colapso das negociações para formação de um governo de coligação entre a CDU de Merkel, o Partido Democrático Alemão (FDP) e os Verdes, o presidente Frank-Walter Steinmeier, que foi duas vezes ministro dos Negócios Estrangeiros de Angela Merkel, recusou a inevitabilidade de eleições antecipadas no país, e iniciou contactos com os vários partidos à procura de uma solução. Que parece agora mais próxima.