Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Renzi enfrenta eleições com partido ensombrado por casos de corrupção

Pouco mais de um ano depois de ter vencido as eleições europeias, o primeiro-ministro italiano terá de enfrentar novas eleições, regionais e municipais, já este domingo. Casos de corrupção e o fantasma do partido Cinco Estrelas pairam sobre Matteo Renzi.

Reuters
28 de Maio de 2015 às 10:32
  • ...

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, enfrenta um novo teste já no próximo domingo, 31 de Maio. Sete das 20 regiões italianas vão a votos, bem como mais de 1.000 do total de 8.047 municípios. Um ano depois da vitória nas eleições europeias de 25 de Maio de 2014, Renzi terá o primeiro teste eleitoral depois do conjunto de batalhas parlamentares para fazer aprovar os seus planos de reformas.

 

O PD de Renzi surge algo fragilizado nesta fase, especialmente devido aos casos de corrupção que envolvem muitos dos seus candidatos. O caso mais conhecido é o de Vincenzo De Luca, novamente candidato do PD à presidência da região de Campânia. A campanha de De Luca decorre em paralelo a vários processos judiciais em curso, sob acusações de corrupção, associação criminosa, burla agravada e abuso de poder, entre outras.

 

Depois de há alguns anos ter sido obrigado a abandonar a presidência da câmara de Salerno, De Luca chegou a pertencer por alguns meses ao governo liderado pelo antecessor de Renzi, o também democrata Enrico Letta. E apesar de todos estes casos em torno de De Luca, Renzi manteve o seu apoio a este candidato.

 

No entanto, o comité parlamentar italiano vai apresentar, esta sexta-feira, uma lista relativa aos candidatos que não poderão apresentar-se às eleições de domingo por estarem indiciados em processos-crime ainda em investigação. Poderá ser o caso de De Luca e de outros 17 políticos que se candidatam na região da Campânia e que terão alegadas ligações à máfia napolitana. E mesmo que vença as eleições, De Luca poderá depois ser obrigado pelos tribunais a abdicar do cargo devido à lei anti-corrupção que impede cidadãos condenados de exercer cargos públicos.

 

Mas são vários os desafios de Matteo Renzi. Depois de aprovada a reforma da lei eleitoral (designada de lei Severino) e a reforma do mercado laboral, que originou uma greve geral dos trabalhadores contra a flexibilização laboral, o primeiro-ministro transalpino teme a penalização eleitoral do seu partido em virtude das medidas introduzidas pelo seu Executivo.

 

E se a direita se encontra bastante fragilizada após a dissolução do Povo pela Liberdade, que deu origem ao Forza Italia de Silvio Berlusconi e ao Novo Centro Direita de Angelino Alfano, há ainda a crescente expressão eleitoral da Liga do Norte.

 

A força liderada por Matteo Salvini é hoje em dia a formação política mais expressiva da direita transalpina e deverá mesmo manter o poder na região rica do Vêneto. Havendo ainda a possibilidade de a Liga do Norte poder conquistar mais municípios.

 

Por outro lado, depois dos ganhos eleitorais de partidos como o Podemos e o Cidadãos, bem como de forças partidárias regionais, nas eleições do passado domingo, em Espanha, Matteo Renzi teme, em particular, a transferência de votos de protesto para partidos anti-poder e com um discurso anti-corrupção como é o caso do Cinco Estrelas de Beppe Grillo.

 

O PD controla actualmente cinco das sete regiões que vão a votos no domingo, e segundo afirmou já este mês Matteo Renzi, citado pela Reuters, vencer apenas quatro dessas regiões "continuaria a ser uma vitória".

 

Ainda assim, a divulgação de dados económicos positivos em relação a Itália, como a previsão da Comissão Europeia de um crescimento de 0,6% do PIB e a consequente saída da recessão, podem jogar a favor de Matteo Renzi.

Ver comentários
Saber mais Matteo Renzi Itália Eleições Vincenzo De Luca Enrico Letta Silvio Berlusconi Angelino Alfano Matteo Salvini Beppe Grillo Campânia PD Liga do Norte Novo Centro Direita Forza Italia Cinco Estrelas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio