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Partido de Renzi desaponta nas eleições regionais italianas
Matteo Renzi não tem muitas razões para sorrir hoje de manhã. Nas eleições locais de ontem, o Partido Democrático teve um resultado pior do que se esperava, com a ascensão da Liga do Norte e do Movimento 5 Estrelas.
Naquilo que é visto como um teste à agenda de reformas do primeiro-ministro italiano, o Partido Democrático (PD) terá recolhido 22,6% dos votos a nível nacional, não muito longe dos 19,6% do "anti-sistema" Movimento 5 Estrelas. À direita, a Liga do Norte deverá ter tido cerca 12,9% e o Força Itália 10,3%. Embora não seja directamente comparável, nas eleições europeias de 2014, o PD teve 41% dos votos.
As sondagens apontavam para uma margem muito mais confortável para o PD. Os primeiros resultados citados pela Reuters apontam para vitórias confortáveis do centro esquerda na Toscânia, Marcas e Apúlia, mas a sua vantagem é muito mais ténue em Campânia e Úmbria, uma das regiões onde o seu domínio sempre foi mais expressivo.
Contudo, as piores notícias parecem vir de Ligúria, que poderá cair para o centro-direita, devido à emergência um candidato de esquerda anti-Renzi, que dividiu o eleitorado. Em Véneto, a Liga do Norte deverá manter o poder e, a nível nacional, ultrapassa o Força Itália, fundado pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Embora não tenha conquistado nenhuma região, o Movimento 5 Estrelas, de Beppe Grillo, foi o partido mais votado em Ligúria, Campânia e Apúlia, tendo ficado atrás de coligações de partidos que correram juntos a essas regiões. "É um resultado retumbante", afirmou Luigi Di Maio, vice-porta-voz do partido no Parlamento italiano, em declarações à televisão RAI.
O bom resultado do 5 Estrelas surge poucos dias depois do avanço do Podemos em Espanha. Por outro lado, a Reuters considera que o crescimento da Liga se deve ao aumento da imigração de África e do Médio Oriente.
Segundo a Reuters, estes resultados não são uma catástrofe, mas representam um aviso para Renzi, que se prepara para enfrentar uma dura batalha no Parlamento para aprovar um abrangente conjunto de reformas.