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Rajoy chega às eleições com menos emprego e desemprego

A campanha eleitoral em Espanha arranca com três partidos colados na linha da frente e semelhanças indisfarçáveis com as últimas legislativas portuguesas.

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03 de Dezembro de 2015 às 10:32
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Partido Popular, Cidadãos e PSOE partem esta quinta-feira, 3 de Dezembro, para a campanha eleitoral separados por apenas três décimas – 22,7%, 22,6% e 22,5%, respectivamente –, seguidos de perto pelo Podemos (17,1%). O fim do bipartidarismo é a maior certeza e novidade das eleições agendadas para 20 de Dezembro, sendo também a diferença mais expressiva face ao cenário político vivido recente em Portugal.

 

No que toca ao debate partidário, porém, as semelhanças com a corrida eleitoral portuguesa são indisfarçáveis – e algumas delas assumidas. É o caso da possibilidade, já assumida na semana passada pelo líder dos socialistas espanhóis, de liderar um governo de esquerda, como acabou por fazer António Costa. "Aquele que tiver maior capacidade de fazer acordos – os espanhóis não vão querer mudar uma maioria absoluta por outra maioria absoluta, mas sim por partidos capazes de dialogar – será o eleito como próximo presidente do Governo", salientou Pedro Sánchez.

 

O mercado de trabalho também tem sido e continuará a ser um dos dossiês centrais neste final de legislatura de Mariano Rajoy, o líder conservador (da família política de Pedro Passos Coelho) que em Novembro de 2011 sucedeu ao socialista José Luis Rodríguez Zapatero, herdando uma conjuntura económica e financeira débil. É que os dados macroeconómicos que sustentam este debate são muito semelhantes dos dois lados da fronteira.

 

As estatísticas de Novembro, citadas pelo jornal El País, permitem fazer o saldo da legislatura do Executivo do galego Rajoy. Face ao mesmo mês em que ocorreram as anteriores eleições gerais, nos últimos quatro anos a Segurança Social espanhola perdeu mais de 25 mil inscritos e o número de desempregados registados nos centros de emprego baixou de 4.420.462 para 4.149.298. Ou seja, caiu em perto de 271 mil pessoas, mas deve-se sobretudo à redução da população activa.

 

Ora, o debate em torno destas estatísticas parece tirado a papel químico do que ocorreu em Portugal há apenas alguns meses. Como o Negócios escreveu no final de Julho, o Governo PSD/CDS conseguiu chegar perto do final da legislatura com menos desempregados do que no arranque do seu mandato. No entanto, Portugal ainda tinha menos 200 mil pessoas a trabalhar do que na altura da eleição de Passos Coelho.

 

A par dos dados que são o melhor termómetro laboral, o discurso político também parece alinhado dos dois lados da fronteira. Albert Rivera, o líder da emergente formação política Cidadãos (centro-direita), já disse que "é surpreendente que o Governo se conforme com tão pouco". E o secretário-geral do Podemos lança as mesmas críticas à precariedade, que ainda ontem se ouviram da boca da bloquista Catarina Martins no Parlamento português, com Pablo Iglesias a assinalar que "90% dos novos contratos são temporários".

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