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Rajoy defende bipartidarismo e admite que se afastou dos espanhóis

Numa entrevista esta segunda-feira à noite, o presidente do Governo espanhol  admite que a alternância de governos entre socialistas e populares tem funcionado bem em Espanha. E alertou que as políticas económicas têm de ter continuidade.

Bloomberg
27 de Outubro de 2015 às 10:02
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Mariano Rajoy deu uma entrevista à TVE esta segunda-feira, 27 de Outubro, à noite em que considerou que o sistema bipartidarista de governos alternados entre socialistas e populares "tem funcionado bem e sido bom para Espanha" durante este período democrático. Citado pelo El País, o presidente do Governo e candidato pelo PP às eleições de 20 de Dezembro, sustentou que este foi o modelo que se impôs também nos países mais prósperos "que criaram mais riqueza e emprego", como os Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha.

 

Já sobre o que acontecerá em Espanha, depois das eleições, Rajoy não quis tecer cenários, nem sequer sobre o seu próprio futuro. Para já, sublinha, quer concentrar-se em explicar aos espanhóis o que conseguiu pelo país durante estes quatro anos. "O pior que pode acontecer", afirmou, "é a instabilidade. O mais importante é que a política económica se mantenha. Se outros partidos tiverem esta posição, os acordos serão mais fáceis", afirmou.

 

Num olhar retrospectivo sobre o governo que agora se aproxima do fim, Mariano Rajoy admitiu que entre si e os cidadãos se criou algum distanciamento na primeira parte da legislatura. "É possível que me tenha distanciado dos espanhóis", reconheceu, justificando que se tal aconteceu foi porque, durante esse tempo, o seu principal objectivo foi ultrapassar a crise económica e financeira e situar o país no caminho do crescimento e da criação de emprego.

 

Nesses tempos "fui i meu principal rival", afirmou Rajoy, admitindo que lhe faltou ter-se explicado mais e melhor aos cidadãos, numa alusão a polémicas em que se envolveu por ter dado conferências de imprensa em que "comparecia" apenas com declarações num ecrã para assim se escusar a perguntas dos jornalistas e por ter recusado com frequência dar entrevistas.

 

O seu melhor momento na legislatura, considerou o líder do PP, foi quando a notação de risco do país pelas agências internacionais "baixou para níveis aceitáveis" e quando, em 2013, o desemprego começou a baixar. O pior foi o acidente de avião sobre os Alpes.

 

O seu grande compromisso eleitoral, frisou Rajoy, é chegar 2019 com 20 milhões de pessoas com emprego. Será a sua obsessão até ao último minuto, garantiu.

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