Notícia
Produção industrial no Reino Unido regista em abril maior queda em 17 anos
O PIB britânico recuou 0,4% em abril devido à maior queda da produção industrial desde que se comemoraram os 50 anos do reinado de Isabel II. A principal debilidade é a produção de carros.
A produção industrial do Reino Unido caiu 3,9% em abril, a maior queda desde junho de 2002, mês em que a indústria do país paralisou por causa das comemorações dos 50 anos do reinado de Isabel II. Os dados foram revelados esta segunda-feira, 10 de junho, pela gabinete de estatísticas britânico.
Esta queda da produção industrial em abril reflete dois efeitos: "stocks" e automóveis. A principal causa foi a queda de 24% da produção de carros, a maior desde 1995, dado que várias fabricantes de carros fecharam linhas de produção na expectativa de que a saída se concretizasse a 29 de março. Segundo a Bloomberg, tanto a BMW como a Peugeot planeiam paralisar as suas fábricas britânicas no verão caso haja disrupções causadas pelo Brexit.
A segunda causa deve-se à acumulação de inventário em março, mês em que o Reino Unido deveria inicialmente ter saído oficialmente da União Europeia. As empresas reforçaram os "stocks" com medo de uma saída sem acordo e de potenciais quebras no comércio com os parceiros europeus. Contudo, como tal não se verificou dado que o Brexit foi adiado em último caso para outubro, esse efeito temporário em março não se repetiu no mês seguinte e penalizou abril.
Este comportamento das empresas também teve impacto no comércio internacional de bens. As exportações britânicas caíram 10,9% em abril, a maior queda desde 2006. Já as importações afundaram 14,4%, a maior queda desde 1998, ano em que a série histórica começa.
O resultado desta redução da produção industrial foi uma queda mensal de 0,4% do PIB, a maior desde março de 2016, reforçando assim os receios de que a desaceleração no segundo trimestre seja mais forte. No primeiro trimestre a economia britânica cresceu 0,5% em cadeia, o que correspondeu a um crescimento de 1,3% em termos homólogos.
Estes dados chegam numa altura em que continua a incerteza à volta da saída do Reino Unido da União Europeia. Com a demissão de Theresa May, o Partido Conservador deverá escolher em breve um novo líder para o Governo que deverá consumar a saída até outubro deste ano.
Um dos principais candidatos, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, reforçou a sua retórica anti-União Europeia, alegando que não pagará a "fatura de saída" se os Estados-membros não negociarem um melhor acordo com Londres. A maior parte dos candidatos insiste que o cenário de não-acordo - que os empresários britânicos temem - tem de se manter em cima da mesa.
Após a publicação destes dados, a libra intensificou as perdas, desvalorizando agora 0,4% para 1,2688 dólares.
Esta queda da produção industrial em abril reflete dois efeitos: "stocks" e automóveis. A principal causa foi a queda de 24% da produção de carros, a maior desde 1995, dado que várias fabricantes de carros fecharam linhas de produção na expectativa de que a saída se concretizasse a 29 de março. Segundo a Bloomberg, tanto a BMW como a Peugeot planeiam paralisar as suas fábricas britânicas no verão caso haja disrupções causadas pelo Brexit.
Este comportamento das empresas também teve impacto no comércio internacional de bens. As exportações britânicas caíram 10,9% em abril, a maior queda desde 2006. Já as importações afundaram 14,4%, a maior queda desde 1998, ano em que a série histórica começa.
O resultado desta redução da produção industrial foi uma queda mensal de 0,4% do PIB, a maior desde março de 2016, reforçando assim os receios de que a desaceleração no segundo trimestre seja mais forte. No primeiro trimestre a economia britânica cresceu 0,5% em cadeia, o que correspondeu a um crescimento de 1,3% em termos homólogos.
Estes dados chegam numa altura em que continua a incerteza à volta da saída do Reino Unido da União Europeia. Com a demissão de Theresa May, o Partido Conservador deverá escolher em breve um novo líder para o Governo que deverá consumar a saída até outubro deste ano.
Um dos principais candidatos, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, reforçou a sua retórica anti-União Europeia, alegando que não pagará a "fatura de saída" se os Estados-membros não negociarem um melhor acordo com Londres. A maior parte dos candidatos insiste que o cenário de não-acordo - que os empresários britânicos temem - tem de se manter em cima da mesa.
Após a publicação destes dados, a libra intensificou as perdas, desvalorizando agora 0,4% para 1,2688 dólares.