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Produção industrial no Reino Unido regista em abril maior queda em 17 anos

O PIB britânico recuou 0,4% em abril devido à maior queda da produção industrial desde que se comemoraram os 50 anos do reinado de Isabel II. A principal debilidade é a produção de carros.

Reuters
10 de Junho de 2019 às 11:27
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A produção industrial do Reino Unido caiu 3,9% em abril, a maior queda desde junho de 2002, mês em que a indústria do país paralisou por causa das comemorações dos 50 anos do reinado de Isabel II. Os dados foram revelados esta segunda-feira, 10 de junho, pela gabinete de estatísticas britânico. 

Esta queda da produção industrial em abril reflete dois efeitos: "stocks" e automóveis. A principal causa foi a queda de 24% da produção de carros, a maior desde 1995, dado que várias fabricantes de carros fecharam linhas de produção na expectativa de que a saída se concretizasse a 29 de março. Segundo a Bloomberg, tanto a BMW como a Peugeot planeiam paralisar as suas fábricas britânicas no verão caso haja disrupções causadas pelo Brexit. 

A segunda causa deve-se à acumulação de inventário em março, mês em que o Reino Unido deveria inicialmente ter saído oficialmente da União Europeia. As empresas reforçaram os "stocks" com medo de uma saída sem acordo e de potenciais quebras no comércio com os parceiros europeus. Contudo, como tal não se verificou dado que o Brexit foi adiado em último caso para outubro, esse efeito temporário em março não se repetiu no mês seguinte e penalizou abril. 

Este comportamento das empresas também teve impacto no comércio internacional de bens. As exportações britânicas caíram 10,9% em abril, a maior queda desde 2006. Já as importações afundaram 14,4%, a maior queda desde 1998, ano em que a série histórica começa.

O resultado desta redução da produção industrial foi uma queda mensal de 0,4% do PIB, a maior desde março de 2016, reforçando assim os receios de que a desaceleração no segundo trimestre seja mais forte. No primeiro trimestre a economia britânica cresceu 0,5% em cadeia, o que correspondeu a um crescimento de 1,3% em termos homólogos. 

Estes dados chegam numa altura em que continua a incerteza à volta da saída do Reino Unido da União Europeia. Com a demissão de Theresa May, o Partido Conservador deverá escolher em breve um novo líder para o Governo que deverá consumar a saída até outubro deste ano.

Um dos principais candidatos, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, reforçou a sua retórica anti-União Europeia, alegando que não pagará a "fatura de saída" se os Estados-membros não negociarem um melhor acordo com Londres. A maior parte dos candidatos insiste que o cenário de não-acordo - que os empresários britânicos temem - tem de se manter em cima da mesa.

Após a publicação destes dados, a libra intensificou as perdas, desvalorizando agora 0,4% para 1,2688 dólares.
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