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Procuradoria francesa vai prosseguir inquérito a Fillon
O candidato de direita protestou, acusando a justiça de ter feito um anúncio vazio para alimentar "a novela dos média".
O departamento de crime financeiro da Procuradoria de Paris anunciou nesta quinta-feira, 16 de Fevereiro, que vai prosseguir o inquérito que visa François Fillon, candidato da direita às presidenciais em França, suspeito de ter beneficiado a mulher com um emprego fictício no parlamento francês.
"As investigações vão continuar", refere um comunicado da Procuradoria francesa acrescentando que as provas ainda estão a ser recolhidas.
O relatório da polícia sobre o suposto emprego fictício de Penelope Fillon, casada com o candidato da direita francesa às presidenciais de 23 de Abril, foi enviado na quarta-feira para a Procuradoria.
O inquérito preliminar, com data de 25 de Janeiro, e que partiu de notícias publicadas na imprensa, indica que alegadamente foram utilizados fundos públicos na contratação fictícia de Penelope Fillon como assistente parlamentar do marido.
O caso afectou a popularidade de Fillon que foi ultrapassado pela candidata da extrema-direita Marine Le Pen e pelo centrista Emmanuel Macron, nas intenções de voto dos eleitores franceses.
Fillon prometeu retirar-se da corrida presidencial se for aberta uma investigação formal, o que ainda não sucedeu.
O prolongamento do inquérito levou, porém, a uma reacção forte do candidato, que acusou o juiz de ter feito um comunicado à imprensa sem que nada de revelante o justificasse.
"Não há nada de novo, nem no plano processo judicial ou acusação. Este anúncio é um acto de comunicação que alimenta a novela dos média", disse o ex-primeiro-ministro ao Figaro. "Isto não afecta em nada a minha determinação", assegurou.