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Ministro-presidente da Baviera assegura estabilidade do governo alemão

Markus Soeder garante que não será colocada em causa a estabilidade do governo alemão nem da histórica aliança conservadora entre a CDU de Angela Merkel e os conservadores bávaros da CSU. Merkel e o seu ministro do Interior reúnem-se esta segunda-feira para tentar ultrapassar divergências.

02 de Julho de 2018 às 11:02
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O confronto em curso entre Angela Merkel e o seu ministro do Interior, Horst Seehofer, não se traduzirá numa crise governamental que coloque em causa a tradicional aliança de 70 anos entre os democratas-cristãos da chanceler alemã (CDU) e o partido-irmão da Baviera (CSU). A garantia foi dada na manhã desta segunda-feira, 2 de Julho, pelo ministro-presidente bávaro, Markus Soeder.

Citado pela Reuters, Soeder diz esperar que seja possível alcançar um compromisso sobre política migratória e regras de asilo que permita evitar uma cisão no governo alemão.

"Existem muitos compromissos possíveis, incluindo alguns que propusemos, para alcançar uma solução que é muito importante, E esperamos que seja possível. Uma coisa é certa: a estabilidade do governo [alemão] não está posta em causa", afirmou o líder do governo do estado da Baviera.

Para tentar alcançar esse compromisso, Merkel e Seehofer, que além de tutelar a pasta do Interior é também o líder da CSU, vão reunir-se ainda na tarde desta segunda-feira. Este domingo, durante uma reunião dos conservadores, Seehofer colocou à disposição o seu lugar de ministro e líder da CSU, isto depois de considerar insuficiente o acordo alcançado na última cimeira europeia em matéria de imigração.

Há duas semanas, Horst Seehofer considerou a possibilidade de agir unilateralmente rejeitando a entrada em território alemão de migrantes previamente registados noutro Estado-membro da União, uma medida que contraria a política de abertura aos refugiados preconizada por Merkel e que colocaria em causa as leis europeias e a Convenção de Genebra sobre direitos dos refugiados.

A chanceler convenceu o seu ministro a esperar pela realização do Conselho Europeu de 28 e 29 de Junho em que Merkel tentaria forjar um acordo com vista a uma solução multilateral para o problema, contudo os líderes europeus não foram além do compromisso para criar "centros de controlo" dentro e fora da União Europeia.

Foi ainda acordado um apelo para que os Estados-membros legislem para limitar os movimentos secundários de migrantes dentro das fronteiras internas da União, contudo não foram decididas medidas concretas que satisfizessem as exigências do líder da CSU. No sábado, Angela Merkel apresentou um conjunto de medidas mais restritivas em matéria de migrações, entre as quais acordos bilaterais de repatriamento de migrantes com 14 países europeus. No entanto, nenhuma destas medidas permite impedir movimentos secundários de requerentes de asilo no espaço comunitário, uma realidade que pressiona sobretudo a Alemanha.

A CSU enfrenta eleição na Baviera em Outubro e, perante a ascensão da extrema-direita (AfD, Alternativa para a Alemanha) nas sondagens, os conservadores bávaros temem perder a actual maioria absoluta. Por um lado, a Baviera é uma das regiões alemãs mais pressionadas pela imigração e, por outro, o AfD é o partido que mais tem capitalizado com um discurso anti-imigração.

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