Notícia
Cronologia da crise migratória na Alemanha
Depois de, em 2015, abrir a porta à chegada de refugiados, a pressão pública e partidária aliada a notícias sobre crimes cometidos alegadamente por requerentes de asilo obrigou a chanceler Angela Merkel a reverter progressivamente a política migratória alemã.
- Julho 2018 - Crise política
- Junho 2018 - Ultimato
- Setembro 2017 - Merkel cai, Afd sobe
- Fevereiro 2017 - Merkel cede
- Julho 2016 - Medo ganha força
- Março 2016 - Xenófobos crescem
- Dezembro 2015 - Festejos estragados
- Setembro 2015 - "Bem-vindos"
- Agosto 2015 - "Nós conseguimos"
Insatisfeito com a solução saída do Conselho Europeu, Horst Seehofer colocou a liderança da CSU e o cargo de ministro do Interior à disposição, abrindo via a uma cisão no governo. No entanto, na noite de 2 de Julho Angela Merkel voltou a encontrar uma forma de suster a crise no seio do governo e da aliança democrata-cristã (CDU e CSU) comprometendo-se com a criação de "centros de trânsito" de migrantes em território alemão destinados a gerir movimentos secundários que levem para a Alemanha requerentes de asilo anteriormente registados noutro Estado-membro.
Junho 2018 - Ultimato
Com Merkel mais fragilizada do que nunca depois da quebra eleitoral e de seis meses para formar governo, o ministro do Interior e líder da CSU ameaça agir unilateralmente para restringir a política migratória. Merkel ganha tempo e promete solução europeia.
As eleições federais de dia 24 resultam no parlamento mais polarizado do pós-Guerra e a extrema-direita é a terceira força mais votada. A política migratória de Merkel é considerada responsável pela erosão eleitoral por parte dos seus parceiros de coligação (CSU).
Fevereiro 2017 - Merkel cede
Depois de medidas de reforço do controlo fronteiriço ou a suspensão ao direito de reunificação familiar, Merkel é obrigada a novas concessões e apresenta um plano para agilizar os processos de deportação dos requerentes a quem o asilo foi recusado.
Julho 2016 - Medo ganha força
No dia 19, um jovem requerente de asilo de origem afegã ataca vários passageiros a bordo de um comboio junto à cidade de Würzburg. Dias depois, um migrante sírio faz-se explodir, ferindo 12 pessoas em Ansbach. Casos que agravam o receio da sociedade alemã em relação aos migrantes oriundos do Médio Oriente e norte de África.
Março 2016 - Xenófobos crescem
A extrema-direita (AfD) prossegue o rumo de afirmação com um discurso anti-imigração e conquista assento nos parlamentos de três estados-federados.
Dezembro 2015 - Festejos estragados
No último dia de um ano que fez chegar de 900 mil refugiados à Alemanha, e em que foram registados mais de mil ataques contra centros de acolhimento, os festejos de ano novo em Colónia acabam mal com o registo de violações de mulheres e roubos alegadamente perpetrados por cidadãos de origem árabe e magrebina. A política de portas abertas de Merkel é apontada como a razão que levou para a Alemanha os responsáveis pelos ataques.
Setembro 2015 - "Bem-vindos"
A Alemanha começa a receber centenas de refugiados retidos na Hungria. À chegada a Munique (Baviera), os requerentes de asilo são recebidos por alemães com cartazes de "boas-vindas". Mas face ao fluxo elevado de migrantes para pequenas cidades alemãs, passadas duas semanas Berlim reforça o controlo fronteiriço.
Agosto 2015 - "Nós conseguimos"
Perante o crescente fluxo migratório (em especial devido ao agravamento da guerra síria) rumo à União Europeia (UE), o encerramento de portas em países como a Hungria e a Polónia, Merkel proclama a política de portas abertas aos refugiados. "Nós conseguimos fazer isto", declarou.