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OCDE: Espanha está a recuperar mas são necessárias mais reformas

O desemprego continua a ser o maior risco para o crescimento de Espanha, aponta a OCDE, que defende medidas como a diminuição da taxa do IRC para aumentar a competitividade e a redução das contribuições sociais para promover a criação de emprego.

08 de Setembro de 2014 às 14:26
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Espanha está "no caminho da recuperação", mas é preciso fazer mais para assegurar um crescimento sustentável da sua economia. Esta é a principal conclusão de um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), publicado esta segunda-feira, 8 de Setembro.

 

"As reformas corajosas feitas nos últimos dois anos estão a dar resultados. A economia está a crescer outra vez, o emprego está a subir, o sector bancário estabilizou e a confiança dos mercados financeiros em Espanha aumentou", apontou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, em comunicado.

 

A economia espanhola regressou ao crescimento em cadeia a partir do segundo trimestre de 2013 sustentada no aumento das exportações, do consumo e investimento. No segundo trimestre de 2014, Madrid cresceu 0,6% em cadeia e 1,2% anualmente.

 

Mas apesar da perspectiva ser positiva para o país, ainda há muito para fazer, aponta a OCDE, como a necessidade de reduzir o peso da dívida privada, tanto das famílias como das empresas, onde o endividamento é mais elevado do que noutros países europeus.

 

"É agora crucial começar a construir a partir destes feitos, com novos esforços para promover o crescimento, aumentar a produtividade, aumentar ainda mais a competitividade e colocar as pessoas a trabalhar novamente", afirmou Angel Gurría.

 

Madrid deve aumentar IVA e reduzir IRC

 

Para aumentar a competitividade e fomentar o crescimento, é preciso actuar a nível fiscal. A OCDE recomendação a redução do IRC sobre as empresas ao mesmo tempo que apela à eliminação dos regimes especiais para as pequenas e médias empresas.

 

Ao mesmo tempo, a organização aconselha o aumento dos impostos ambientais e também imobiliários, e o alargamento da taxa normal de IVA a mais produtos.

 

Ao analisar o sector financeiro, a organização considera que os bancos espanhóis estão actualmente numa melhor situação do que em 2012, quando receberam 40 mil milhões de euros em fundos europeus para a sua capitalização.

 

No entanto, a banca continua sob vários riscos, como os baixos lucros registados e o crédito mal-parado, em particular na habitação.

 

Sobre a realização dos testes de stress pelo BCE, a OCDE considera que a banca espanhola está "bem posicionada" para os mesmos. Para manter as instituições suficientemente capitalizadas, é importante continuar a limitar a distribuição de dividendos e, se necessário, recorrer a aumentos de capital.

 

O mercado de electricidade espanhol também é alvo de análise no estudo. "Ainda existe espaço para melhorar a competitividade no mercado de electricidade", aponta a organização sedeada em Paris.

 

"Aumentar a competição entre incumbentes e melhorar as condições de acesso é importante para assegurar que as reformas recentes no sector ajudam realmente a facilitar uma dinânima de preços mais competitiva no sector".

 

Desemprego continua a ser uma das maiores ameaças

 

Apesar de registar a segunda maior taxa da União Europeia, - 24,5% em Julho -, o desemprego em Espanha também está em queda, com a taxa anual a recuar há 11 meses consecutivos.

 

"Colocar os desempregados de volta ao trabalho ao melhorar o funcionamento do mercado laboral, e ao reduzir impedimentos ao crescimento e à procura de trabalho, são os maiores desafios económicos que Espanha enfrenta agora", considera a organização.

 

Uma das formas de promover a criação de emprego, seria eliminar as contribuições da segurança social das empresas para os trabalhadores com qualificações mais baixas, em particular no sector do turismo. A OCDE recomenda também a aposta no treino vocacional e o aumento da eficiência nos serviços públicos de emprego.

 

Tudo somado, as reformas só vão surtir efeito "se a recuperação for inclusiva e os benefícios partilhados: muitas pessoas ainda estão a enfrentar dificuldades e nenhuma deve ser deixada para trás à medida que a situação melhora", defende Angel Gurría.

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