Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Monti acredita que próximo Governo será “altamente responsável e pró-europeu”

O ainda primeiro-ministro repetiu hoje que não está “neste momento” a equacionar candidatar-se às eleições que serão antecipadas possivelmente para meados de Fevereiro.

10 de Dezembro de 2012 às 18:30
  • ...

Mário Monti qualificou esta tarde de normal a resposta dos mercados financeiros, que reagiram negativamente ao anúncio de que se demitirá após a aprovação do Orçamento do Estado para 2013, o que poderá acontecer ainda antes do Natal,  precipitando em algumas semanas as eleições que já estavam agendadas para Março.

“Eu entendo a reacção dos mercados; não precisa de ser dramatizada. Estou muito confiante de que as eleições italianas abrirão espaço para uma coligação ou para um governo que, na minha opinião, será altamente responsável, pró-europeu e consistente com os enormes esforços já empreendidos pela Itália".

Falando em Oslo, à margem da cerimónia de entrega do prémio Nobel da Paz à União Europeia, Monti assegurou que não há razões para que os investidores temam uma situação de vazio político em Itália.

Instado a clarificar se tenciona candidatar-se às eleições, que serão agora antecipadas possivelmente para 17 ou 24 de Fevereiro, o antigo comissário europeu respondeu que “neste momento” não equaciona essa hipótese. “Não estou, neste momento, a considerar em particular essa questão. Todos os meus esforços estão concentrados no mandato que resta ao Governo em funções, que, parecendo curto, ainda exigirá uma dedicação intensiva de espírito e de energia da minha parte e do conselho de ministros”.

As “yields” das obrigações italianas a dez anos subiram hoje 29 pontos base (estiveram a subir 40 pontos durante a manhã) para 4,82%. O principal índice da bolsa de Milão fechou a recuar 2,2%, depois de ter estado a perder quase 4%.

O anúncio de Mário Monti, no sábado, de que abandonará o Governo logo após a aprovação definitiva do novo  Orçamento surgiu depois de, na passada quinta-feira, o Partido da Liberdade, de Sílvio Berlusconi, lhe ter retirado o apoio ao abster-se numa votação central no Senado sobre as grandes orientações de política económica, e de ter ameaçado bloquear o decreto-lei que incapacita para o desempenho de cargos públicos quem tenha sido condenado em definitivo pela justiça por crimes onde se tenha provado dolo deliberado. A retirada de Monti sucedeu-se ainda ao anúncio do próprio Berlusconi de que está disponível para se apresentar às eleições.

Nas mais recentes sondagens, o partido de Berlusconi surge com 15%-18% das intenções de voto, menos de metade das que tinha quando o mega-empresário ainda estava no Governo. Já o Partido Democrático de Pier Luigi Bersani – que também integra a base de apoio ao governo tecnocrata de Monti - surge com 35%-38% dos votos, podendo, neste cenário, formar uma coligação de governo com os centristas da UDC  de Pier Ferdinando Casini, antigo aliado, entretanto desavindo, de Berlusconi.

Ver comentários
Saber mais Mario Monti eleições demissão mercados Itália
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio