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Marcelo ao FT: Relaxar regras orçamentais da UE não é prioridade
O Presidente da República disse ao jornal britânico que a União Europeia deve focar-se no Brexit e na migração.
Relaxar as regras orçamentais na União Europeia, com uma menor dose de austeridade, não deve ser uma prioridade nesta altura, pois a Europa tem assuntos mais urgentes para tratar.
A opinião é de Marcelo Rebelo de Sousa e foi dada ao Financial Times. "O primeiro desafio [da União Europeia] é encontrar políticas comuns nestes dois temas [migração e Brexit]. Na política temos que ter prioridades e não penso que ajudaria Portugal dizer que quer um debate agora com os outros estados-membros sobre um ponto que é muito sensível para muitos deles", disse o Presidente da República em entrevista ao Financial Times.
Marcelo desaconselha assim que o Governo português introduza nesta altura no debate europeu uma alteração às regras orçamentais da região. Isto porque a discussão não seria bem aceite dentro da UE, que diz ter assuntos mais urgentes para resolver.
Para o Presidente da República, são eles as questões relacionadas com a migração, refugiados e segurança interna e por outro lado o Brexit.
Afirmando que "está fora de questão" Portugal necessitar de um segundo resgate, Marcelo Rebelo de Sousa deixou um pedido a Theresa May. "Quando se decide que vai sair de uma comunidade a que pertence, as pessoas dessa comunidade esperam que diga: ‘Vou sair’ …", afirmou o Presidente da República, apelando que o Reino Unido formalize o quanto antes a saída da União Europeia para que se iniciem as negociações.
Sobre a vitória de Trump nas eleições, Marcelo acredita que o presidente eleito dos Estados Unidos reconhece a necessidade de uma União Europeia forte, bem como da NATO.
"Não acreditamos que seja bom para o mundo ter uma União Europeia fraca. Não é bom do ponto de vista político, estratégico, económico e financeiro", disse Marcelo, acrescentando: "penso que qualquer presidente dos Estados Unidos reconhece que é bom para o mundo e para os Estados Unidos ter uma Europa forte".