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Manchester: Autor do atentado tinha ligações "comprovadas" ao Daesh
De acordo com o ministro francês do Interior, as ligações ao Daesh estão comprovadas, mas ainda não se sabe se o suspeito Salman Abedi agiu em grupo e se seguiu ordens superiores.
Salman Abedi, o britânico de origem líbia suspeito de ter perpetrado o atentado suicida de Manchester, tinha ligações "comprovadas" com o Daesh, e havia viajado para a Líbia e "provavelmente" para Síria, onde se teria radicalizado, disse esta amanhã o ministro francês do Interior.
Falando à BFMTV, Gérard Collomb, disse: "Hoje só sabemos o que os investigadores britânicos nos disseram - alguém de nacionalidade britânica, de origem líbia, que de repente após uma viagem à Líbia, e provavelmente para a Síria, se radicaliza e decide realizar este ataque" Questionado sobre se Abedi era parte da rede maior, Collomb respondeu: "Ainda não sabemos, mas talvez sim. Em qualquer caso, [as suas] ligações ao Daesh estão comprovadas. "
Os comentários de Collomb, que revelaram informações que as autoridades britânicas ainda não libertaram, ocorreram depois de a ministra britânica do Interior, Amber Rudd, ter repreendido nesta quarta-feira responsáveis dos EUA por terem divulgado à imprensa informações confidenciais sobre a investigação.
"A polícia britânica tem sido muito clara sobre a necessidade de controlar o fluxo de informações a fim de proteger a integridade operacional - o elemento de surpresa - por isso é irritante se outras fontes libertam informações, e tenho sido muito clara com nossos aliados ao dizer-lhes que isto não deve voltar a acontecer", disse Rudd em entrevista à BBC Radio 4. Segundo a responsável britânica, Salman Abedi era "conhecido" dos serviços secretos e "provavelmente não agiu sozinho" para realizar um ataque que parece "mais sofisticado do que outros".
Mark Rowley, comissário adjunto da Scotland Yard, afirmara já ontem que existem suspeitas de que um grupo mais vasto possa ter estado envolvido, tendo sido isso que levou à decisão de elevar o nível de ameaça no país para "crítico", o patamar de alerta mais elevado que significa "poder estar iminente outro ataque". Além do reforço da segurança em concertos e eventos desportivos, soldados passaram a patrulhar locais-chave no Reino Unido.
Salman Abedi, de 22 anos, será o autor do ataque que matou 22 pessoas, entre as quais várias crianças e jovens, e feriu 59, depois de se ter feito explodir à saída de um concerto da cantora norte-americana Ariana Grande.
Segundo o Telegraph, Abedi nasceu em Manchester em 1994, sendo o segundo de quatro filhos de um casal de refugiados líbios que emigraram para o Reino Unido em fuga ao regime de Muammar Kadhafi.