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Macron sobe salário mínimo em 100 euros para travar protestos
Perante os protestos violentos dos últimos dias, o presidente francês anunciou um aumento de 100 euros do salário mínimo para o próximo ano.
Actualmente, de acordo com os dados do Eurostat, o salário mínimo francês é de cerca 1.500 euros mensais (12 meses) brutos. Depois de impostos, o salário mínimo líquido é cerca de 1.160 euros. Macron adiantou que a medida seria financiada pelo Estado e, portanto, não teria impactos nas contas das empresas. O objectivo é que o trabalho seja melhor remunerado.
Numa comunicação aos franceses a partir do Palácio Eliseu, Macron adiantou ainda que as horas extras trabalhadas não serão alvo de impostos assim como os prémios que os patrões ofereçam aos trabalhadores até ao final deste ano. Além disso, é revertida a medida que agravava a taxa da segurança social paga pelos reformados para os que ganhem menos de dois mil euros.
Contudo, o imposto sobre as grandes fortunas, uma das medidas mais polémicas, continuará em vigor. Em contrapartida, Emmanuel Macron prometeu intensificar o combate à evasão fiscal para que os impostos sejam pagos em França e pediu aos empresários franceses que dêem um impulso à economia nacional, nomeadamente através da criação de emprego.
Estas medidas fazem parte da resposta que Macron dá à crise social e política que se instalou em França. Esta terça-feira, 11 de Dezembro, o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, irá ao Parlamento apresentar o conjunto de propostas para fazer face ao "estado de emergência económico e social", garantindo ao mesmo tempo um controlo apertado das despesas.
Este mensagem de Emmanuel Macron segue-se a semanas de confrontos violentos. De acordo com a agência francesa AFP, desde 17 de novembro, dia da primeira acção dos "coletes amarelos", foram identificadas 4.523 pessoas em todo o território, o que implicou 4.099 detenções. Macron criticou duramente quem se aproveitou dos protestos para "deitar abaixo a República francesa".
"Quando a violência se desencadeia cessa a liberdade", alertou no início do discurso. Emmanuel Macron afirmou que a "calma e a ordem republicana têm de reinar".
(Notícia actualizada pela última vez às 20h14)