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Macron sobe salário mínimo em 100 euros para travar protestos

Perante os protestos violentos dos últimos dias, o presidente francês anunciou um aumento de 100 euros do salário mínimo para o próximo ano.

Emmanuel Macron. O presidente francês também defende um endurecimento das sanções à Coreia do Norte em resposta ao que classifica como as provocações de Pyongyang. E quer uma União Europeia “unida e clara” nesta matéria.
POOL
10 de Dezembro de 2018 às 19:22
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Emmanuel Macron anunciou esta segunda-feira, 10 de Dezembro, que o Governo francês vai aumentar o salário mínimo em 100 euros em 2019. Esta é a resposta do presidente francês aos protestos violentos que aconteceram em França nos últimos dias.  

Actualmente, de acordo com os dados do Eurostat, o salário mínimo francês é de cerca 1.500 euros mensais (12 meses) brutos. Depois de impostos, o salário mínimo líquido é cerca de 1.160 euros. Macron adiantou que a medida seria financiada pelo Estado e, portanto, não teria impactos nas contas das empresas. O objectivo é que o trabalho seja melhor remunerado. 


Numa comunicação aos franceses a partir do Palácio Eliseu, Macron adiantou ainda que as horas extras trabalhadas não serão alvo de impostos assim como os prémios que os patrões ofereçam aos trabalhadores até ao final deste ano. Além disso, é revertida a medida que agravava a taxa da segurança social paga pelos reformados para os que ganhem menos de dois mil euros. 

Contudo, o imposto sobre as grandes fortunas, uma das medidas mais polémicas, continuará em vigor. Em contrapartida, Emmanuel Macron prometeu intensificar o combate à evasão fiscal para que os impostos sejam pagos em França e pediu aos empresários franceses que dêem um impulso à economia nacional, nomeadamente através da criação de emprego.

Estas medidas fazem parte da resposta que Macron dá à crise social e política que se instalou em França. Esta terça-feira, 11 de Dezembro, o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, irá ao Parlamento apresentar o conjunto de propostas para fazer face ao "estado de emergência económico e social", garantindo ao mesmo tempo um controlo apertado das despesas. 

Mas o presidente francês aproveitou a ocasião também para fazer "mea culpa": admitiu que disse coisas que podem ter magoado os franceses, que não conseguiu resolver os problemas dos últimos 40 anos em 18 meses por ter "outras prioridades" e que a "fúria profunda" dos franceses é "justificada". Contudo, garantiu que conseguirá ultrapassar os obstáculos, abrindo "caminhos nunca explorados".

Este mensagem de Emmanuel Macron segue-se a semanas de confrontos violentos. De acordo com a agência francesa AFP, desde 17 de novembro, dia da primeira acção dos "coletes amarelos", foram identificadas 4.523 pessoas em todo o território, o que implicou 4.099 detenções. Macron criticou duramente quem se aproveitou dos protestos para "deitar abaixo a República francesa".

"Quando a violência se desencadeia cessa a liberdade", alertou no início do discurso. Emmanuel Macron afirmou que a "calma e a ordem republicana têm de reinar". 

(Notícia actualizada pela última vez às 20h14)
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