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Risco da dívida francesa em máximos desde as presidenciais com ameaça de subida do défice

O spread da dívida francesa face à alemã atingiu o valor mais alto desde as eleições presidenciais de Maio de 2017, devido ao cepticismo do mercado com as medidas anunciadas por Emmanuel Macron.

Reuters
11 de Dezembro de 2018 às 12:37
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Os juros da dívida francesa estão a subir em todas as maturidades esta terça-feira, 11 de Dezembro, depois de o presidente Emmanuel Macron ter anunciado medidas que deverão agravar o défice de França.

 

Num dia de subidas ligeiras entre a generalidade dos países do euro, a ‘yield’ associada às obrigações francesas a dez anos avança 3,4 pontos base para 0,728%, depois de ter chegado a subir 6 pontos para 0,754%.

 

Tendo em conta a queda recente das yields da Alemanha, e a subida menos acentuada no prazo a dez anos esta manhã – os juros alemães avançam 2,2 pontos para 0,269% - o aumento dos juros de França estão a atirar o spread face à dívida alemã para 45,9 pontos, o nível mais elevado desde Maio de 2017, quando ocorreram as eleições presidenciais em França.

 

Esta evolução acontece depois de o presidente francês Emmanuel Macron ter anunciado uma série de medidas, incluindo o aumento do salário mínimo em 100 euros e a reversão do agravamento da taxa de segurança social para as pensões mais baixas, depois de várias semanas de protestos violentos nas ruas.

 

As medidas, que se traduzirão num aumento da despesa pública de 8 a 10 mil milhões de euros, deverão agravar o défice de 2019, o que não está a ser bem recebido nos mercados.

 

"As medidas sugerem que haverá mais despesa pública do governo francês, o que implica um défice mais elevado em 2019, enfraquecendo a sua situação financeira", afirma o estratega do Commerzbank, Rainer Guntermann, citado pela Reuters. "Os jornais franceses estão a sugerir esta manhã que poderemos ter um défice de 3,5% em França, em 2019, o que complica a discussão na Zona Euro e dá a outros países como Itália argumentos para um défice maior".

 

Recorde-se que a Comissão Europeia rejeitou a proposta orçamental de Itália, que apontava para um défice de 2,4% em 2019, acima de 1,8% este ano.

 

"Macron teve de reagir politicamente para acalmar a situação e conter a violência, mas acho que as medidas escolhidas são problemáticas. Aumentar o salário mínimo não reduzirá as tensões sociais em França, onde o salário mínimo já é tão alto que dificulta o emprego de grupos mais fracos no mercado de trabalho, especialmente os jovens", sublinha o presidente do Instituto Ifo, Clemens Fuest, numa nota divulgada esta terça-feira.

 

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