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Londres e Bruxelas acordam "declaração política" sobre relação futura pós-Brexit

Uma semana depois de chegarem a acordo técnico, o Reino Unido e a União Europeia acordaram numa "declaração política" as bases da relação futura entre o país e o bloco europeu.

Reuters
22 de Novembro de 2018 às 10:48
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A reunião da primeira-ministra britânica, Theresa May, e do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, esta quarta-feira, 22 de Novembro, deu frutos: o Reino Unido e a União Europeia chegaram a acordo sobre a base da sua relação futura. A novidade foi dada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que já enviou a "declaração política" aos Estados-membros para que esta possa ser assinada no Conselho Europeu de domingo, 25 de Novembro. 

"Enviei agora mesmo aos 27 Estados-membros um esboço da declaração política sobre a relação futura entre a União Europeia e o Reino Unido. O presidente da Comissão informou-me que os negociados tinham chegado a acordo assim como, em princípio, ao nível política, o que ficará sujeito à confirmação dos líderes [chefes de Governo]", escreveu Tusk na sua conta de Twitter.
Esta declaração política servirá de base para as negociações sobre a relação futura. Na semana passada, as duas partes tinham chegado a um acordo técnico sobre a saída do Reino Unido da União Europeia em Março do próximo ano. Theresa May conseguiu inicialmente o apoio do seu Governo, mas nos dias seguintes viu parte dos seu Executivo demitir-se e a pressão política aumentou - para já, sem consequências. 

O texto da declaração política, citado pelo Financial Times e pela Bloomberg, refere que as duas partes devem negociar uma parceria "ambiciosa, profunda, ampla e flexível" que inclui várias áreas, nomeadamente as trocas comerciais. O acordo prevê uma área de "comércio livre" que garanta uma cooperação ao nível da regulação e da concorrência justa.

Quanto ao mecanismo de salvaguarda sobre a fronteira da Irlanda do Norte, o texto refere que as duas partes relembram a "determinação" de substituir a solução deste mecanismo por um "acordo subsequente que estabeleça disposições alternativas para assegurar a inexistência de uma fronteira rígida na Irlanda de forma permanente".

De acordo com a análise da Bloomberg a este texto, comparando-o com textos anteriores, a grande diferença é a mudança de uma palavra sobre a fronteira irlandesa: a "intenção" passou a "determinação". Esta nuance pode ser interpretada como uma cedência aos que defendem uma saída mais firme, que receiam que o Reino Unido se mantenha no mercado único indefinidamente por causa do mecanismo de salvaguarda. 

Segundo a Reuters, o acordo deixa também em aberto a possibilidade de haver um prolongamento do período de transição - que acabaria em Dezembro de 2020 - "entre um a dois anos". 

Em reacção a esta notícia, a libra está a subir 0,64% para os 1,1298 euros e 0,92% para os 1,2895 dólares. 

Este princípio de acordo só deverá ser formalizado no domingo, 25 de Novembro, dia em que os chefes de Governo dos 27 Estados-membros reúnem-se num Conselho Europeu extraordinário para dar um passo em frente no processo de saída do Reino Unido da União Europeia. 

Theresa May fará uma declaração no Parlamento britânico sobre o estado das negociações do Reino Unido. 

(Notícia actualizada às 11h33)
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