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Parlamento britânico vota acordo de saída a 11 de Dezembro. May em contra-relógio

A nova data decisiva do Brexit é a 11 de Dezembro, dia em que o acordo de saída da UE será votado na Câmara dos Comuns. May reitera que o acordo alcançado é a melhor opção, mas continua longe de ter os apoios necessários.

26 de Novembro de 2018 às 20:07
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Já há data para o parlamento britânico votar o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia: dia 11 de Dezembro.

Este será o dia do tudo ou nada para o acordo alcançado entre Bruxelas e Londres sobre os termos do Brexit, um compromisso que Theresa May e os chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros tentam "vender" como o "melhor possível", mas que, em contrapartida, continua a ser encarado com muitas reticências pelos deputados britânicos.

A primeira-ministra britânica esteve na segunda-feira na Câmara dos Comuns do parlamento britânico para comunicar formalmente a aprovação, este domingo na cimeira europeia extraordinária sobre o Brexit, do acordo jurídico para a saída da UE e a declaração política sobre a relação futura entre as partes.

Após 19 longos meses de difíceis negociações, Theresa May admitiu, citada pela BBC, perante os deputados não ter ficado "completamente satisfeita" com o mecanismo de salvaguarda encontrado para evitar uma fronteira rígida entre as duas Irlandas. Um "backstop" que a ser activado significaria, na prática, que a Irlanda do Norte (parte do Reino Unido) continuaria integrada na união aduaneira e no mercado único europeu, cenário rejeitado pelos "hard brexiters" por colocar em causa a integridade territorial do Reino Unido.

Seja como for, May sustenta que o acordo negociado com Bruxelas prevê como objectivo encontrar uma solução para a fronteira irlandesa que evite o recurso ao chamado "backstop".

 

May tem de convencer mais de 80 conservadores

O secretário-geral do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, voltou a criticar um acordo que face à oposição dos cidadãos e dos deputados configura um "acto contrário ao interesse nacional". Corbyn defende que a única via possível passa pela rejeição do acordo. E apesar de os críticos internos de Corbyn poderem votar ao lado de May para enfraquecer o seu próprio líder, dificilmente será um número suficiente para colmatar as divisões no seio dos conservadores.

É que é na própria bancada dos "tories" que May enfrenta maiores dificuldades, uma vez que foram já pelo menos 89 os deputados conservadores que disseram pretender votar contra.

Os nacionalistas escoceses (SNP), os liberais (Lib-Dem) e os unionistas britânicos (DUP, cujos 10 deputados suportam o governo de May no parlamento) também são contrários ao texto jurídico que estabeleceu os parâmetros legais do Brexit. O DUP rejeita liminarmente uma solução que possa criar uma excepcionalidade para a Irlanda do Norte, vista como factor desagregador do_Reino_Unido.

"Não há acordo sem o mecanismo de salvaguarda, e sem o mecanismo de salvaguarda não há acordo", explicou Theresa May.

Numa altura em que soam apelos à repetição do referendo sobre a permanência britânica na UE, Corbyn instou a May a preparar um plano B destinado a garantir um Brexit mais suave, hipótese que o líder trabalhista garantiu poder recolher mais apoios no parlamento. Por sua vez, May rejeitou explicar qual será o seu plano B para o caso de o acordo ser chumbado.

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