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Brexit: Bruxelas admite prolongar período de transição até 2022
A possibilidade de prolongar em cerca de dois anos o período de transição do Brexit foi admitida pelo negociador europeu Michel Barnier, e terá obtido o apoio dos embaixadores dos 27 países da UE.
Bruxelas admite prolongar até ao final de 2022 o período de transição que se iniciará com a saída do Reino Unido da União Europeia, de forma a dar mais tempo às duas partes para garantirem os acordos necessários à vida depois do Brexit, nomeadamente no que respeita a uma solução para a Irlanda do Norte.
Essa possibilidade foi admitida pelo negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier e, segundo a agência Efe, terá obtido uma reacção positiva por parte dos embaixadores dos 27 países da União, que estiveram reunidos este domingo, em Bruxelas, para analisar o acordo preliminar alcançado na quarta-feira entre Londres e a UE.
"Os Estados-membros admitem que pretendem algumas alterações mas consideram o texto equilibrado, um bom ponto de encontro e que respeita princípios básicos. Não existe o desejo de reabrir as negociações para um segundo acordo", indicaram fontes diplomáticas à agência noticiosa.
O alargamento do período de transição – inicialmente previsto até ao final de 2020 – será debatido na cimeira de líderes de 25 de Novembro, marcada por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, para aprovar o esboço do acordo de saída.
Os próximos dias serão, assim, cruciais para a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que pretende reunir-se com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker e outros líderes europeus antes da cimeira do próximo domingo.
Em entrevista à Sky News, a governante assegurou estar focada em cumprir o mandato do povo britânico – que em Junho de 2016 escolheu sair da União Europeia – e que o ruído em torno da sua liderança não a vai distrair da sua "importante tarefa".
"Os próximos sete dias serão críticos para o futuro deste país", disse May à Sky News . "Não me vou distrair desta importante tarefa".
May, que se deparou na semana passada com a demissão de vários membros do seu Governo e com a intenção de pelo menos duas dezenas de deputados conservadores de a derrubarem, defendeu que uma mudança de liderança no Reino Unido só vai atrasar o Brexit. "Uma mudança de liderança neste momento não vai facilitar as negociações...o que vai fazer é atrasar as negociações, e arriscar que o Brexit seja atrasado ou frustrado", adiantou.
Para desencadear um voto de não confiança, 48 deputados conservadores devem enviar uma carta ao presidente do chamado Comité de 1922 do partido - grupo parlamentar do Partido Conservador na Câmara dos Comuns do Reino Unido - Graham Brady.
Mais de 20 deputados disseram publicamente que enviaram uma carta, mas acredita-se que outros o terão feito confidencialmente. Brady disse à Rádio BBC este domingo que o limite de 48 ainda não foi atingido.