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Krugman: "Visitar a Europa pode fazer um americano sentir-se bem com o seu país"

"As coisas estão terríveis aqui em Portugal". É desta forma que arranca mais um artigo de Paul Krugman onde o Nobel da Economia critica as políticas implementadas na Europa.

Bloomberg
Negócios 02 de Maio de 2016 às 10:58
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Habitual crítico das políticas económicas seguidas na Europa, Paul Krugman volta a dedicar um seu artigo para explanar os problemas da economia do Velho Continente.

 

Intitulado "A economia diabética", o artigo publicado no New York Times foi escrito em Portugal, onde o Nobel da Economia se encontra para participar no Congresso da APED.

Apesar de arrancar o seu artigo sobre Portugal, Krugman fala sobretudo sobre a Europa como um todo. "As coisas estão terríveis aqui em Portugal, mas não tão terríveis como estavam há alguns anos. A mesma coisa pode ser dita da Europa como um todo. Estas são as boas notícias".

 

É desta forma que Krugman inicia o artigo, acrescentando que "as más notícias são que oito anos depois do que supostamente foi uma crise financeira temporária, a economia continua fraca numa tendência sem fim à vista".

 

Apesar de reconhecer que a Zona Euro registou um crescimento decente no primeiro trimestre (PIB da Zona Euro avançou 0,6%) e superior ao registado nos EUA, Krugman lembra que a economia europeia está agora apenas ligeiramente melhor do que antes da crise financeira, enquanto o PIB dos EUA está 10% acima dos níveis pré-crise. "Não há fim à vista para esta prestação inferior da Europa", reforça.

 

Para o Nobel da Economia, a Europa "tem uma doença crónica" com o "persistente baixo nível da despesa" a traduzir-se em pressões deflacionistas. "A insulina do dinheiro barato ajuda a combater esta fraqueza, mas não representa uma cura", refere.

 

Para ilustrar como a economia europeia continua com problemas apesar da política monetária fortemente expansionista que está a ser adoptada, Krugman cita o baixo nível da inflação e o elevado nível do desemprego, sobretudo jovem.

 

O economista alega que "não parece difícil perceber o que a Europa deve fazer para ajudar a curar a doença crónica", com a receita a passar pelo "aumento da despesa pública, sobretudo na Alemanha, mas também em França, que está numa situação orçamental bem melhor do que os seus líderes querem fazer crer".

 

"Mas fazer as coisas certas parece politicamente fora de questão. Longe de admitirem qualquer disponibilidade para mudar de curso, os políticos alemães estão constantemente a atacar o banco central, a única instituição europeia que parece ter pistas sobre o que se está a passar".

 

É depois deste rol de críticas à Europa que o Nobel da Economia afirma que "visitar a Europa pode fazer um americano sentir-se bem com o seu país". É que nos Estados Unidos a "situação económica e política dá razões amplas para ter esperança, ao contrário do que se passa aqui" na Europa.

"Adoraria ver a Europa emergir do seu medo. O mundo precisa de democracias mais vibrantes. Mas nesta altura é difícil ver quaisquer sinais positivos", finaliza. 

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