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Juncker responde a Trump: Europa vai retaliar se EUA aplicarem tarifas nos automóveis
A ameaça é feita pelo presidente da Comissão Europeia. Jean-Claude Juncker alerta que a Europa não vai permitir que determinem as suas políticas comerciais. E que o bloco vai retaliar caso os EUA comecem a aplicar tarifas aos automóveis.
O presidente da Comissão Europeia espera que o acordo comercial alcançado entre a União Europeia e os EUA possa dissuadir Donald Trump de impor tarifas aos automóveis europeus. Contudo, Jean-Claude Juncker também deixou claro que a Europa vai retaliar impondo as suas próprias tarifas caso o presidente norte-americano mude a sua posição.
A Europa não vai permitir que determinem as suas políticas comerciais, afirmou Juncker em declarações à rádio alemã ZDF, esta sexta-feira, 31 de Agosto. Se Washington violar o acordo e impuser tarifas aos automóveis, "então faremos o mesmo", salientou o presidente da Comissão Europeia.
Esta é a resposta de Juncker às críticas de Donald Trump, que considerou que a proposta apresentada pela UE "não é suficientemente boa". O presidente norte-americano comparou ainda o bloco à China, com o qual também está em guerra comercial. "A UE é quase tão má como a China, apenas mais pequena", referiu o presidente norte-americano numa entrevista à Bloomberg.
Estas declarações foram feitas apenas horas depois de a comissária europeia para o Comércio, Cecilia Malmström, ter dito no Parlamento Europeu que a UE está "disposta a acabar com as tarifas impostas aos automóveis caso os EUA façam o mesmo".
A comissária acabou por ir além do que foi inicialmente acordado entre Juncker e Donald Trump. A declaração emitida após o encontro da Casa Branca em Julho visava negociações entre as duas partes para eliminar tarifas aos bens industriais, mas excluindo o sector automóvel.
Aos carros norte-americanos a Europa impõe actualmente uma tarifa de 10%, bem superior aos 2,5% impostos aos automóveis europeus vendidos do lado de lá do Atlântico. Contudo, os Estados Unidos têm uma tarifa especial de 25% aos camiões e "pick ups".